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Consumo de algodão volta a superar produção

 

Veículo: Folha de São Paulo

Seção: Economia

Pela primeira vez em cinco anos, o consumo mundial de algodão vai superar a produção. Uma boa notícia para o setor, não fosse o grande estoque mundial, que atinge 87% da demanda.

A produção de algodão de 2015/16 será de 24,6 milhões de toneladas, 6,5% menos do que na anterior, segundo o Icac (International Cotton Advisory Committee).

Já o consumo mundial sobe para 24,7 milhões de toneladas, 1,6% mais do que em 2014/15. Mesmo com essa recuperação do consumo, os técnicos do Icac dizem que os preços do algodão deverão permanecer baixos.

Preços menos atrativos deverão provocar uma redução da área mundial plantada, estimada em 31,6 milhões de hectares. Na safra 2014/15, foram 33,5 milhões de hectares.

A Índia, pela segunda safra consecutiva, será a líder mundial na produção. Os indianos vão reservar 11,6 milhões de hectares para o plantio de algodão, 5% menos do que em 2014/15. A produção será de 6,5 milhões de toneladas, ante 6,8 milhões no período anterior, segundo o Icac.

A China, que da safra de 2011/12 à de 2013/14 sempre manteve produção superior a 7 milhões de toneladas, deverá produzir apenas 5,7 milhões em 2015/16, o menor volume desde o de 2003/04.

Os preços pouco atrativos também afetam a intenção de plantio nos EUA, terceiro maior produtor mundial. A área será reduzida em 10%, para 3,6 milhões de hectares. Já a produção cai para 3,3 milhões de toneladas, 7% menos do que em 2014/15.

A área de plantio no Brasil na safra 2014/15 fica em 996 mil hectares, 11% menos do que na anterior, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). A produção também recua 11%, para 1,5 milhão de toneladas.

Dados do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) indicam que a área de Mato Grosso cai para 568 mil hectares, com produção prevista de 876 mil toneladas. Ambas ficam 12% inferiores às da safra 2013/14.

O Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) aponta que a China é um dos motivos dessa redução dos preços.

Os chineses vão importar 1,5 milhão de toneladas na safra 2014/15, um volume bem inferior ao que vinham importando. Na safra 2011/12, as compras externas da China atingiram 5,3 milhões de toneladas.

Os estoques chineses, que estavam em 2,3 milhões de toneladas em 2010/11, estão em 13,8 milhões nesta safra.

  editoria de arte/folhapress  
 

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Máquinas agrícolas As vendas do setor iniciaram o ano com retração, principalmente no caso das colheitadeiras. Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case IH para a América Latina, acredita, no entanto, que as coisas mudem e a Case terá um primeiro semestre positivo.

Termômetro 1 Dois motivos fazem o executivo acreditar nessa mudança. Um deles é a intenção de negócios dos produtores que participam da feira de Cascavel (PR). As vendas da empresa nesta feira, por ora, superam em 10% as de 2014.

Termômetro 2 Além disso, as perspectivas de maior produtividade no campo e de melhor renda, bem como a disposição de crédito, incentivam o produtor a comprar, segundo Romagnoli.

Milho O estoque de etanol nos EUA é o maior desde 2012, segundo a EIA (Energy Information Administration).

Reflexos A informação ajudou o preço do milho a recuar para US$ 3,84 por bushel em Chicago.

Carne suína Pressionada por custos, a Rússia quer rever imposições fitossanitárias em alguns países europeus. A União Europeia não aceita negociações paralelas e quer liberação para todos os membros.

Ruim A liberação afeta as exportações brasileiras, uma vez que as sanções russas interromperam as importações de carne suína europeias para a Rússia, dando lugar aos exportadores do Brasil.



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