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Juros futuros fecham em alta com piora das expectativas para economia

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

SÃO PAULO ­ Os juros futuros iniciaram a semana em alta firme na BM&F, com investidores turbinando os prêmios de risco em meio à piora das expectativas para a economia brasileira e à alta do dólar. Passada a reação inicial favorável às medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, as atenções se voltam à deterioração dos fundamentos.

O boletim Focus de hoje desenhou um quadro desanimador. A despeito de redução das estimativas para a expansão do PIB neste ano (de 0,13% para 0,03%), a mediana agregada das projeções para a variação do IPCA subiu um degrau, passando de 6,99% para 7,01%, na esteira do realinhamento dos preços administrados, repasse cambial e eventual choque provocado por racionamento de água e energia.

Crescem ao mesmo tempo os riscos de inflação mais alta no curto prazo e de contração do PIB neste ano, com a crise hídrica e a imprevisível extensão dos impactos da operação Lava­Jato, da Polícia Federal.

O distanciamento da projeção de inflação em 2015 do teto de tolerância da meta (6,5%) e um IPCA rodando acima de 1% em janeiro e fevereiro não seriam problemas caso as expectativas para 2016 fossem cadentes. Mas não é isso o que ser observa. Depois de ceder na semana passada, a estimativa para o IPCA em 2016 foi mantida em 5,60%, mais um ponto percentual acima do centro da meta.

Embora tenha afirmado na ata divulgada na semana passada que “o cenário de convergência da inflação para 4,5% “tem se fortalecido”, o Copom reconhece que “os avanços alcançados no combate à inflação ainda não se mostram suficientes”. Como o colegiado do BC não incluiu na ata a afirmação de que irá fazer o que “for necessário” para pôr à inflação rumo à meta, salientou que a economia cresce abaixo do potencial e citou o efeito deflacionário da queda do petróleo, parte dos analistas passou a apostar que o aperto monetário será encerrado em março com uma alta final da Selic em 0,25 ponto percentual, para 12,50% ao ano.

Na BM&F, o DI para abril de 2015, que abriga as apostas para o próximo encontro do Copom, subiu de 12,28% para 12,30%. DI janeiro/2016 — espelho das expectativas para o rumo da Selic neste ano — avançou de 12,75% para 12,85%. Foi o mais líquido do pregão, com cerca de 266 mil contratos negociados.

Entre os contratos intermediários, DI janeiro/2017 subiu 12,47% para 12,64%. Na ponta longa, DI janeiro/2021 avançou de 11,89% para 12,09%. 



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