Notícias

Indústria têxtil prevê queda de 7% nas vendas em 2015

 

Veículo: Valor Econômico
Seção: Economia

SÃO PAULO  -  A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) informou nesta quinta-feira que prevê mais um ano difícil para a indústria têxtil brasileira, com queda em receita de 7%, para US$ 51,5 bilhões. A associação leva em conta um cenário macroeconômico desfavorável e um aumento da concorrência com produtos importados.

Em reais, a receita do setor deve chegar a R$ 139,05 bilhoes, o que representa uma alta de 6,8% em relação ao valor alcançado em 2014. Essa estimativa leva em consideração a expectativa da Abit de um dólar médio de R$ 2,70 neste ano, ante R$ 2,35 no ano passado. 

A entidade projeta para o setor um pequeno incremento, de 0,7%, na produção de confecção, e de 0,3% na produção têxtil. Para o varejo de vestuário, a expectativa é também de um crescimento fraco, de 0,4%,  

A Abit prevê para 2015 um déficit na balança comercial de US$ 6,13 bilhões em 2015, superior ao déficit de US$ 5,905 bilhões registrado no ano passado. O aumento deve-se a um crescimento estimado para importações de 3,6% no ano, para US$ 7,34 bilhões, e uma alta de 2,7% em exportações, para US$ 1,21 bilhão.

Ainda na avaliação da Abit, o setor deve reduzir o total de postos de trabalho em 4 mil vagas neste ano.

Receita

As indústrias têxteis brasileiras encerraram o ano de 2014 com queda de 4,8% na receita gerada, em comparação ao ano anterior, totalizando US$ 55,4 bilhões. Em reais, houve um avanço de 3,6% sobre 2013, para R$ 130,2 bilhões, segundo a Abit.

O desempenho do setor apresentou deterioração em relação ao ano de 2013, quando o faturamento havia recuado 0,34% em dólares.

“Com exceção das importações e da inflação, todos os outros indicadores tiveram queda, o que é ruim”, disse Rafael Cervone, presidente da Abit. A inflação no setor ficou em 5,9% em 2014, frente a um índice de 1,5% em 2013.

Em volume, a produção têxtil apresentou queda de 5% em 2014, para 2,1 milhões de toneladas. No ano anterior, havia crescido 0,2%. A produção de vestuário, por sua vez, teve retração de 2%, totalizando 6 bilhões de peças. Um ano antes, o segmento havia registrado queda de 1,3%.

Cervone ponderou que o desempenho da indústria ficou em linha com o segmento de transformação, que registrou queda de 4,2% no ano passado.

No ano, as exportações tiveram recuo de 6,7%, para US$ 1,176 bilhão, enquanto as importações cresceram 4,8%, para US$ 7,081 bilhões, diz a Abit. “O aumento das importações preocupa, porque mostra que o setor está perdendo oportunidades dentro do mercado brasileiro”, afirmou Cervone.

As indústrias têxteis reduziram os investimentos no ano passado em 30%, para US$ 1,1 bilhão e cortaram 20 mil postos de trabalho, para 1,4 milhão de vagas. “Depois da crise de 2008, o setor reforçou investimentos, chegando a US$ 2 bilhões. Hoje o setor chegou ao seu limite”, disse.



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar