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Economia brasileira crescerá só 1%, diz relatório
Veículo: Valor Econômico
Seção: Economia
O Banco Mundial fez reduções significativas nas estimativas de crescimento da economia brasileira, apontando uma "desaceleração desordenada" de Brasil, Argentina ou Venezuela como um dos principais riscos para a América Latina. Em seu cenário principal, porém, a instituição aposta que a nova equipe econômica vai reconquistar a confiança privada, levando a uma melhora gradual do investimento.
No relatório, divulgado ontem, o banco diz ainda que a recuperação da economia global segue frágil e exposta a vários riscos, puxada por um único motor, os EUA. Zona do euro e Japão continuam sem fôlego, e a China administra "cuidadosamente" sua desaceleração, embora cresça a bom ritmo.
A instituição cortou a projeção para o avanço do PIB brasileiro de 1,5% para 0,1% em 2014, e de 2,7% para 1% em 2015. Em 2016, haveria um avanço mais forte, de 2,5%.
"Apesar da remoção da incerteza eleitoral, a incerteza sobre as políticas fiscal e monetária e a agenda de reformas estruturais permanece elevada no Brasil", diz o banco. Para o diretor de perspectivas para o desenvolvimento, Ayhan Kose, o cenário básico para o Brasil pressupõe que o novo programa econômico vai reacender a confiança do investidor, levando a recuperação no investimento.
Essa expansão mais forte do investimento tende a compensar o peso do aperto fiscal, traduzindo-se em crescimento mais alto para o Brasil. Para o Banco Mundial, o real desvalorizado também vai ajudar, estimulando as exportações. No médio prazo, contudo, obstáculos estruturais tendem a atrapalhar o crescimento, como a infraestrutura pobre e as pesadas regulações tributárias e trabalhistas.
O estudo diz que Argentina, Venezuela e, em grau "muito menos grave", o Brasil enfrentam inflação elevada num ambiente de baixo crescimento, com riscos de piora. "Dada a natureza sistêmica dessas economias na América Latina, uma expansão mais fraca (...) pode ter efeito contágio na região."
Para a economia global, o banco estima expansão de 3% neste ano, abaixo dos 3,4% previstos anteriormente. Os números foram reduzidos principalmente devido à piora nas expectativas para a zona do euro, o Japão, a Rússia e o Brasil. "A economia global está em situação muito difícil", diz o economista-chefe do Banco Mundial, Kaushik Basu. "A única das grandes economias que vai bem são os EUA."
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