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Taxas devem se manter estáveis

 

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

Os fundos de investimentos têm trabalhado para reduzir os valores cobrados por seus serviços de gestão de recursos. Considerando a taxa média de administração cobrada nas principais categorias, ponderada pelo patrimônio líquido dos fundos, nota-se um norte comum de baixa neste ano, de acordo com dados de relatórios mensais publicados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), entidade que representa a indústria de fundos. De acordo com o documento mais recente, do mês de outubro, as médias ponderadas nos fundos referenciado DI e de renda fixa foram de 0,72% e 0,69%, enquanto os fundos multimercados e de ações registraram 1,14% e 1,84% nessa ordem, considerando o universo de todos os tipos de cliente.

Os dados mostram uma tendência do setor. Não elimina ações isoladas de oscilação de preços, para cima ou para baixo, por parte de alguns fundos - e o número de opções é grande. Além disso, é comum ver cobrança superior à marca dos 2% conforme o tipo do investimento, se mais ou menos arriscado, e também dependendo da estratégia comercial de cada instituição. "Os fundos deram início a um trabalho para reduzir os patamares das taxas de administração em 2009, quando começou um corte maior dos juros", explica Carlos Massaru Takahashi, vice-presidente da Anbima.

 

 

O movimento visa aumentar a competitividade desse tipo de investimento, que enfrenta dificuldades para concorrer com outras alternativas de aplicação que oferecem benefícios como a isenção fiscal, por exemplo. "Um dos fatores dessa dificuldade de competir é preço", continua Takahashi. Dessa forma, a reavaliação da cobrança da taxa segue ainda na lista de tarefas estratégicas do negócio. Outro movimento frequente é o lançamento de novos produtos.

Segundo o executivo, o cenário deve seguir inalterado em 2015. O ano será de "manutenção" no que diz respeito às taxas de administração. Quer dizer que não é esperada oscilação significativa em patamares, para cima ou para baixo, mesmo com a implementação prevista para o ano que vem das novas regras destinadas aos fundos de investimento.

Para instaurá-las, comenta Takahashi, pode haver um custo para os fundos. "Mas vale lembrar que para alterar a taxa de administração para cima é preciso convocar assembleia, ou seja, o investidor precisa saber que as mudanças não acontecem simplesmente", diz. "Há esse fator de proteção para que não ocorra abusividade".

Geralmente os patamares mais altos de taxas são vistos nos fundos de renda variável, como os de ações. Ocorre porque são investimentos "mais complexos", na definição de especialistas. Nesses casos, o trabalho de análise para a tomada de decisão será bem maior se comparado ao do aporte em produtos de renda fixa e exigirá mais tempo e envolvimento dos analistas. Na BB DTVM, presidida por Takahashi, 13 analistas fundamentalistas trabalham ao lado de 15 gestores na equipe de renda variável. Esses profissionais são os responsáveis por absorver informações no mercado interno e externo para avaliar se uma determinada ação, por exemplo, é ou não interessante. "O volume de informações a ser analisado é insano."

Na opinião do consultor financeiro Marcelo D'Agosto, apesar de compreensível, a justificativa de custo das estruturas, falta que as instituições forneçam mais detalhes para o investidor. "A gente não tem o costume de justificar as coisas no Brasil", diz. "Faltam detalhes para que ele faça comparação: por que exatamente sua equipe é melhor que a do outro ou por que há tanta diferença em um produto ou outro, que justifique uma taxa de serviço maior?".



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