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Hering prevê PIB estagnado e baixo consumo em 2015

 

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

Regis Filho/ValorOldani, diretor financeiro da Hering fala sobre o próximo ano: "Está difícil saber exatamente o que vai acontecer"

 

A Hering, fabricante e varejista de vestuário, prevê um ambiente econômico desafiador em 2015, com estagnação do Produto Interno Bruto (PIB) e baixo crescimento do consumo. Com isso, a expectativa é de desaceleração no ritmo de abertura de lojas e maior foco no aumento de rentabilidade.

Outros riscos, mais difíceis de serem mensurados neste momento, como o provável aumento de impostos a ser anunciado pela nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, também preocupam a empresa. "Está difícil saber exatamente o que vai acontecer", disse ontem o diretor financeiro da Hering, Frederico de Aguiar Oldani, em encontro com analistas e investidores promovido pela Apimec, em São Paulo.

Sobre as vendas deste último trimestre, Oldani afirmou que viu melhora com a entrada da coleção de verão, com evolução ao longo do mês de novembro. O diretor esclareceu, no entanto, que os números estão voláteis e que a varejista viu um início de dezembro morno.

"Está difícil fazer uma leitura porque as vendas estão voláteis. Em novembro o movimento fechou em alta e dezembro abriu com desaceleração. Acreditamos que as campanhas do Black Friday puxaram as vendas para o fim do mês passado", disse ele. "Estamos achando o fluxo de comprar tímido para o momento de dezembro que estamos." No terceiro trimestre deste ano as vendas da Hering recuaram 6% nas lojas abertas há mais de um ano.

A Hering, em outubro, já havia dito que estava reduzindo a meta de abertura de lojas para o ano de 2014 - de cem para 75 unidades. De janeiro a setembro, abriu 29, sendo 19 Hering Store e dez lojas infantis das marcas Hering Kids e PUC. Para o quarto trimestre, está prevista a abertura de 46 unidades, sendo 31 Hering Store, 13 Hering Kids e PUC e duas Hering For You.

A companhia afirma que 2014 tem sido "extremamente difícil". Para explicar o cenário, a varejista destaca dois motivos. O primeiro está ligado ao ambiente econômico desfavorável. Foi um "ano bastante ruim para o setor de consumo", de acordo com o diretor, com PIB fraco e Copa do Mundo, evento que "gerou muitos problemas" para o segmento. "O ambiente de negócios foi tão difícil quanto o ano de 2008", afirmou Oldani. Outro motivo destacado foi a implementação do novo ambiente de gestão da empresa.

"Acho que evoluímos muito em diversas frentes em 2014, mas os resultado não cresceram necessariamente da mesma forma. O ano foi muito difícil em termos de resultados, com margens ruins. Mas evoluímos na construção do modelo que vai permitir ter resultados melhores nos próximos anos", observou Oldani

O diretor afirmou que há algum espaço para recuperação da margem bruta no ano que vem, mas sem grande melhora. "Os preços do algodão caíram. A margem bruta parece um desafio um pouco menor do que foi nos outros anos. O câmbio não vai jogar contra no primeiro semestre e o algodão joga a favor", disse.

A empresa vai aproveitar oportunidades de crescimento além da marca Hering. Segundo Oldani, o direcionamento agora é explorar outras frentes de crescimento. "A estrutura de gestão que criamos é para capturar essas oportunidades. Seja com novas marcas desenvolvidas dentro da empresa ou adquiridas de terceiros", disse.

Nos próximos cinco a dez anos a estrutura de receitas será diferente de como é hoje. "Temos clara convicção de que vamos desenvolver outras marcas para acelerar crescimento fora da marca principal", completa. A companhia já trabalha nisso. A primeira loja da marca "Hering For You" foi lançada no segundo semestre deste ano e tem grandes oportunidades de crescimento adiante, segundo o diretor financeiro.



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