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Emprego na indústria cai pelo sétimo mês seguido e acumula perda de 3,9%

 

Veículo: Folha de São Paulo

Seção: Economia

Com o fraco desempenho da produção e o pessimismo de empresários, o emprego na indústria voltou a cair em outubro. O número de pessoas ocupadas no setor recuou 0,4% frente a setembro. Foi a sétima taxa negativa seguida nessa base de comparação, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (10).

Nesse período contínuo de queda, o emprego acumula uma perda de 3,9%.

A indústria completou, em outubro, 37 meses consecutivos nos quais as demissões superam as contratações. Em relação a 2013, o cenário também é negativo. Na comparação com outubro do ano passado, o emprego teve queda de queda de 4,4%. Foi o tombo mais intenso desde outubro de 2009 (-5,4%), período que o país vivia o auge dos impactos da crise global na economia doméstica.

Com esse resultado, o total do pessoal ocupado assalariado também recuou 3% no índice acumulado dos dez meses primeiros meses deste ano. Já taxa acumulada nos últimos 12 meses registra una queda de 2,8% e manteve a trajetória descendente iniciada em setembro do ano passado –desde então, todas os resultados são negativos.

CENÁRIO

O emprego na indústria cai na esteira da menor confiança de empresários com os rumos da economia, em razão da freada do consumo (desestimulado por crédito escasso e juros maiores) e da maior concorrência com produtos importados e da dificuldade da indústria brasileira abrir mercados no exterior.

As contratações na indústria não reagiram nem com a melhora da produção do setor no terceiro trimestre, quando a indústria foi destaque do PIB. É que empresários não enxergaram na melhora uma retomada mais consistente.

SALÁRIOS E PERSPECTIVAS

Pelos dados do IBGE, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria (indicador do salário no setor) cresceu 1,1% de setembro para outubro. O resultado, porém, não recupera totalmente a perda de 1,3% de setembro frente a agosto.

Na comparação com outubro de 2013, o rendimento do setor caiu 2,3%, na quinta taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto. Com isso, a perda atinge 0,8% nos últimos 12 meses.

Com a deterioração do emprego, está cada vez mais difícil para as categorias da indústria obterem reajustes acima da inflação.

HORAS

Outro sinal ruim é que os empresários têm cortado horas destinadas à produção diante da demanda mais fraca, o que sinaliza que o emprego, em 2015, tende a não reagir.

Em outubro de 2014, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, já descontadas as influências sazonais, recuou 0,8% frente a setembro. Foi a sexta taxa negativa consecutiva, acumulando perda de 4,1% nesse período.

Na comparação com outubro de 2013, o número de horas pagas caiu 5%, 17º taxa negativa seguida nessa base de comparação. Foi ainda a mais intensa desde outubro de 2009 (-5,3%), pico da crise global. Em 12 meses, a queda chegou a 3,3%.

Os dados mostram que, se uma retomada da produção vier, os empresários ainda têm "gordura" antes de contratar. Vão aumentar as horas destinadas à produção com os empregados que já estão nas fábricas. Desse modo e diante da expectativa de um 2015 ainda difícil para a indústria, empresários não vislumbram uma melhora das contratações do setor. 



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