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Inflação de dezembro pode ser de até 0,86% para não furar meta, vê IBGE

 

Veículo: Folha de São Paulo

Seção: Economia

Para não escapar do teto da meta de inflação, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de dezembro tem que ser de até 0,86%, segundo cálculo do próprio IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2013, a alta de preços medida pelo índice no último mês do ano foi 0,92%.

A economista do Santander Tatiana Pinheiro calcula que seja possível ir até 0,87%, pois nesse nível o IPCA chegaria a 6,503% no ano -arredondando, dentro do intervalo máximo da meta. O banco estima 6,50% de inflação ao final de 2014, com 0,86% em dezembro.

"É importante lembrar que de qualquer forma vamos completar cinco anos com inflação ao redor dos 6%, o que é ruim. A meta no Brasil é pontual, isto é, definida por um número em um ano calendário, e ela é de 4,5%", lembrou a economista.

Segundo ela, a coleta de preços do mês de dezembro já começou pressionada nos grupos alimentos, despesas pessoais, vestuário e transporte, especialmente com passagens aéreas. "Dezembro terá um índice maior do que novembro, mas mesmo com essa aceleração será difícil estourar o teto da meta", afirma.

A LCA compartilha da avaliação que o IPCA fecha abaixo de 6,5%: estima uma inflação de 6,38% ao final do ano, com 0,75% em dezembro.

Mas, para Étore Sanchez, economista da consultoria, se o IPCA marcar 6,54% no acumulado de 2014, o arredondamento após a vírgula permitiria que o Banco Central considerasse a meta cumprida no topo da banda de variação. Nesse caso, calcula ele, o IPCA de dezembro poderia atingir até 0,91%.

Assim como o Santander, a LCA vê forte aumento nas passagens aéreas. "Calculamos 33% de aumento neste mês, o que, se ocorrer de fato, significaria o maior reajuste no item desde dezembro 2009", afirma Sanchez.

Ele cita outros focos de pressão de alta: o reajuste de energia de 22% autorizado para a Cieee, distribuidora gaúcha que atende a metade da região metropolitana de Porto Alegre, os produtos "in natura" -"Sempre foco para cima", afirma–, as carnes, de novo, e desta vez pela sazonalidade -maior consumo especialmente na época de festas.

A equipe de economia do Itaú informou, por sua assessoria, que calcula que, se o IPCA subir 0,87% em dezembro, fecha o ano em 6,50%, dentro do teto máximo da meta. A projeção preliminar do banco aponta alta de 0,84% no mês e 6,47% no ano. Em relatório, o economista Elson Telles, da equipe do Itaú, avalia que as maiores pressões no mês virão dos grupos alimentação e transportes -nesse caso, com "alta expressiva das passagens aéreas", assim como projetam Santander e LCA. 



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