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Anbima prevê juro maior e PIB mais fraco em 2015

 

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

SÃO PAULO  -  O comitê macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) reduziu sua estimativa para o crescimento da economia e acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai ter que elevar ainda mais o juro no ano que vem. Mas apesar da atividade fraca e da Selic mais alta, a entidade não vê um arrefecimento da inflação, que deve responder a uma maior depreciação cambial.

Em relatório divulgado nesta terça-feira, a associação do mercado de capitais reduziu a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 de 0,90% para 0,60%. O corte é puxado por revisões para baixo na indústria, de aumento de 0,40% para 0,23%, e nos serviços, de 1,30% para 1%. A estimativa para o PIB agropecuário foi mantida em 2,50%. Ao mesmo tempo, a entidade elevou a projeção da taxa básica d,e juros da economia, a Selic, de 12% para 12,50% até o fim do ano que vem. Para a Anbima, o Copom deve elevar a taxa em 0,50 ponto percentual, a 11,75%, na reunião desta semana.

Essas elevações não devem impedir, contudo, que a inflação termine o ano que vem acima do teto da meta de 6,50%. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) saiu de 6,55% nas previsões da entidade feitas em outubro para 6,61% na estimativa de novembro. Para este ano, a projeção de inflação foi mantida em 6,40%.

A inflação deve ser mais pressionada pela depreciação cambial, agora estimada em 8% no próximo ano, ante os 4% previstos anteriormente. O dólar deve ter terminar 2015 valendo R$ 2,70, ante estimativa anterior de R$ 2,60. Neste ano, o câmbio deve fechar em R$ 2,50.

Para 2014, a Anbima prevê que o crescimento do PIB será de 0,18%, ante alta de 0,20% estimada antes. Outras alterações relevantes ocorreram nas estimativas da balança comercial deste ano, de saldo positivo de US$ 2,1 bilhões para negativo de US $ 2,2 bilhões em 2014, e de US$ 8,1 bilhões para apenas US$ 4,6 bilhões em 2015.

Resultados fiscais

As projeções para os resultados fiscais também pioraram. O comitê espera um superávit primário do setor público de apenas 0,18% do PIB em 2014, de 0,90% esperado anteriormente. Para 2015, a estimativa caiu de 1,50% para 1%. O déficit nominal deste ano foi revisado de 4,20% para 5,30% do PIB, e o de 2015, de 4% para 4,5% do PIB.

A dívida bruta do setor público foi revisada de 60,15% para 62% do PIB em 2014 e de 62,10% para 63,8% do PIB no ano que vem. A estimativa de dívida líquida saiu de 35,65% para 36,1% em 2015 e de 36,45% para 37,45% em 2015.

Apesar dos dados macroeconômicos mais fracos, a Anbima não vê um aumento do desemprego. Pelo contrário, a estimativa para a taxa média do ano caiu de 5,3% para 4,9% em 2014 e de 6% para 5,8% em 2015.



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