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Governo faz cortes e poupa R$ 4,1 bilhões

 

Veículo: Folha de São Paulo

Seção: Economia

Resultado fiscal é o primeiro positivo em cinco meses; redução de investimento no mês chegou a 27%, ou R$ 2,4 bilhões

Saldo do ano ainda está negativo em R$ 11,6 bi, apesar de meta prever economia de R$ 10,1 bilhões

Após cinco meses seguidos com as contas no vermelho, o governo federal conseguiu poupar R$ 4,1 bilhões em outubro, informou o Tesouro.

O saldo do mês foi obtido, em parte, graças a uma redução de 27% dos investimentos federais na comparação com setembro diferença de R$ 2,4 bilhões. Ainda assim, o superavit primário foi o menor registrado em um mês de outubro em 12 anos.

De janeiro a outubro, o saldo das contas públicas ainda está deficitário em R$ 11,6 bilhões. No ano eleitoral, as despesas tiveram aumento real (descontada a inflação) de 6%, e as receitas, baqueadas pelo desaquecimento econômico, subiram só 0,4%.

Nesse mesmo período de 2013, o governo federal teve superavit de R$ 33,6 bilhões.

Apesar do rombo, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse ainda considerar possível alcançar a meta de superavit de R$ 10,1 bilhões fixada na revisão do Orçamento divulgada na semana passada. Para isso, o governo terá de poupar R$ 21,7 bilhões em novembro e dezembro.

Mas esse resultado não precisará ser alcançado efetivamente se o governo conseguir aprovar no Congresso mudança legislativa que, na prática, acaba com a meta para o ano. A votação em plenário do projeto ficou para a próxima semana.

Augustin afirmou, ainda, que o governo pode recorrer ao Fundo Soberano ou cobrar mais dividendos de estatais se for necessário buscar mais fontes de receitas neste ano.

Sobre a retração dos investimentos em outubro, o secretário afirmou que é normal haver oscilações nessas despesas e que o mais importante é o aumento de 28% registrado no acumulado do ano.

CREDIBILIDADE

Augustin, que não estará no comando do Tesouro no segundo mandato de Dilma Rousseff, destacou o que considerou avanços obtidos pelo país na área fiscal durante sua gestão, iniciada ainda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em junho de 2007.

"Fizemos com que a relação dívida/PIB caísse substancialmente. Temos uma situação de enorme credibilidade no Brasil", afirmou.

"O resultado do ponto de vista da consolidação fiscal é muito grande. Tão grande que o Brasil se permite ter um [resultado] primário menos forte nos momentos em que necessita."

Augustin não quis comentar seu futuro na equipe econômica. Mas afirmou considerar que a adoção de uma política fiscal mais austera no próximo ano, com uma equipe mais conservadora, não é uma negação do que vem sendo feito atualmente.

"É importante, de tempos em tempos, ter um ajuste", afirmou. "É absolutamente normal ter ano em que se trabalhe mais olhando o crescimento e ano em que haja mais contenção."



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