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Na espera por decisão de juros, dólar e Ibovespa caem

 

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

SÃO PAULO  -  A expectativa pelas reuniões dos comitês de política monetária brasileiro e americano mobiliza as atenções dos mercados financeiros globais nesta quarta-feira. Embora não se espere mudanças no nível dos juros por nenhum dos dois bancos centrais, agentes acreditam que pode surgir algum tipo de sinal sobre os próximos passos.

Enquanto aguardam, as bolsas americanas e a Bovespa optam por uma postura mais cautela e mantêm o sinal negativo. O dólar cede, sendo que o real é beneficiado pelo interesse dos estrangeiros pelo alto retorno oferecido pelo mercado local. Não à toa, os juros arriscaram queda no início da manhã. 

A expectativa pela indicação dos nomes para a equipe econômica do segundo mandato é outro elemento que mantém o investidor em alerta.  Na lista dos cotados, estão o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa; o presidente do Bradesco, Luiz Trabuco; o ex-presidente do Banco do Brasil Rossano Maranhão Pinto; o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles; e o atual líder do BC, Alexandre Tombini. Mas, até agora, não surgiu qualquer novidade concreta sobre os escolhidos. 

Câmbio

A ação de estrangeiros ávidos pelo elevado juro que o Brasil oferece volta a ditar firme baixa do dólar ante o real, levando a moeda nesta quarta-feira ao menor patamar em quase duas semanas e a mais do que devolver a alta de segunda-feira, quando disparou quase 3% após a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

“O mercado está querendo acreditar que ela vai se mostrar mais disposta a não brigar tanto [com o mercado]. A própria expectativa de que a oposição seja mais atuante neste segundo mandato e a situação da economia indicam que alguma mudança de postura vai ter de haver. Agora é esperar”, afirma o profissional da área de derivativos cambiais de uma corretora.

Às 13h50, o dólar comercial recuava 1,46%, para R$ 2,4358. Na mínima de hoje, a cotação foi a R$ 2,4246, menor patamar intradia desde 17 de outubro (R$ 2,4238). No mercado futuro, o dólar para novembro caía 1,14%, a R$ 2,4355.

O real, de longe, lidera os ganhos ante o dólar nesta quarta-feira, considerando uma lista de 34 divisas. O dólar australiano subia 0,47%, enquanto o rand sul-africano caía 0,22%.

Bolsa

O Ibovespa tem uma quarta-feira de queda, depois de subir 3,62% ontem. A baixa era de 0,52% às 13h50, para 52.060 pontos, puxada por siderúrgicas, mineradoras e Petrobras. Operadores e analistas já previam na segunda-feira semanas de muita volatilidade para o mercado, que oscila com rumores e à espera de novidades na equipe e na política econômica de Dilma Rousseff.

Depois de subir fortemente ontem, enquanto ouvia a lista de possíveis indicados para o Ministério da Fazenda, o mercado tem uma correção hoje. Além disso, bancos rebaixaram, entre ontem e hoje, as recomendações para as ações de Vale e Petrobras. 

Assim, as duas estão entre as maiores quedas do Ibovespa. Vale PNA caía 3,05%, enquanto as ordinárias da Petrobras perdiam 3,03% e as preferenciais, 3,19%.

As maiores baixas também incluem Santander Unit (-7,77%) e Usiminas (-4,71%).

A siderúrgica frustrou a expectativa do mercado ao divulgar prejuízo líquido atribuído aos controladores (base para o cálculo de dividendos) de R$ 26,1 milhões — ante lucro de R$ 70,5 milhões em igual intervalo de 2013.

Já as units do Santander caem na véspera da oferta pública voluntária de permuta para refletir o pagamento de dividendos feitos pelo Santander Espanha. A relação de troca é de 0,7152 BDR por unit e de 0,3576 BDR por ação. O prazo para habilitação de interessados termina hoje, às 18 horas, e o leilão acontece amanhã, às 13 horas.

Juros

O clima de “compasso de espera” voltou a dominar o mercado de juros nesta quarta-feira. Os DIs oscilam ao redor da estabilidade, em uma sessão de volume ainda modesto de negócios.

A reunião do Copom é considerada uma primeira oportunidade do governo reafirmar seu compromisso com uma política firme de combate à inflação, na visão de especialistas. Após a reeleição de Dilma Rousseff, o mercado aguarda por indicações claras sobre o rumo da política econômica. Essas pistas virão por meio da indicação dos nomes que integrarão a equipe, mas também a partir de ações como a definição da meta fiscal e condução dos juros e do câmbio.

Na BM&F, DI janeiro/2017 operava em 11,94%, de 11,92% ontem. DI janeiro/2021 tinha taxa de 11,98%, de 11,95% ontem.



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