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FMI recomenda redução de empréstimos de bancos oficiais no Brasil

 

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

WASHINGTON  -  O Brasil deve promover um ajuste gradual das contas públicas e continuar a reduzir os empréstimos dos bancos oficiais a taxas inferiores às de mercado, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em relatório divulgado nesta sexta-feira, o Fundo diz também que não há espaço para cortes de juros no país, num cenário em que a inflação deve continuar elevada.

Ao analisar as perspectivas fiscais para os países da América Latina, o FMI diz que no Brasil, assim como México e Uruguai, uma “consolidação fiscal gradual continua importante para colocar a dívida pública numa trajetória de queda e fortalecer a credibilidade dos arranjos fiscais”. O Brasil também aparece, junto do Uruguai, como uma das economias em que há um cenário claro contra o relaxamento da política monetária. Segundo o documento, a expectativa é de que a inflação siga elevada, num cenário de ociosidade limitada, pressões reprimidas dos preços administrados e inércia relacionada à  indexação.

“No Brasil, passos adicionais para reduzir os empréstimos dos bancos públicos a taxas abaixo das de mercado também apoiariam a desinflação e melhorariam as contas fiscais”, diz o FMI. Nos últimos anos, o Tesouro emprestou grandes volumes de recursos para o BNDES e outros bancos públicos, operações que têm sido gradualmente diminuídas nos últimos anos. Muitos especialistas em política fiscal criticam essas medidas.

Essas observações aparecem na atualização do Panorama Econômico Regional para o Hemisfério Ocidental, sendo as principais novidades sobre o Brasil em relação aos outros documentos divulgados ao longo desta semana, na reunião anual do FMI e do Banco Mundial.

No texto, o FMI observa que a economia sofreu uma forte desaceleração adicional, entrando “em recessão técnica” no começo de 2014. “Competitividade fraca, baixa confiança empresarial e condições financeiras mais apertadas seguraram o investimento privado, enquanto a desaceleração em curso no emprego e no crescimento do crédito moderaram os gastos de consumo”, afirma o relatório. “Indicadores recentes de alta frequência apontam para uma recuperação morna na segunda metade do ano”, diz o FMI, considerando que menores incertezas políticas depois da eleição presidencial podem ajudar a reanimar a confiança. No entanto, gargalos de infraestrutura, a perspectiva do ajuste da política fiscal implícita na meta orçamentária de 2015 devem restringir o crescimento do ano que vem, assim como a expectativa de alta de alguns preços administrados. Com isso, a expansão do PIB brasileiro deve passar de 0,3% neste ano para 1,4% no que vem. Nesta semana, o Fundo cortou as projeções para 2014 de 1,3% para 0,3% e para 2015 de 2% para 1,4%.



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