Notícias

BC vê menos riscos que possam levá-lo a subir os juros

Veículo:Valor Econômico

Seção: Economia

 
EBC

A queda da expressão "neste momento" do comunicado do Copom provavelmente mostra que o Banco Central vê menos riscos para a trajetória de inflação que possam demandar a retomada do ciclo de aperto monetário. Seria uma mensagem mais clara e sem ambiguidade de que pretende manter os juros básicos nos atuais 11% ao ano por um período relativamente prolongado de tempo.

Duas reuniões atrás, em maio, quando colocou a expressão "neste momento" no comunicado, a intenção do Banco Central era sinalizar que não havia jogado a toalha no trabalho de trazer a inflação para o centro da meta, de 4,5%, e que estava pronto para subir a taxa de juros, se fosse necessário.

Na reunião de julho, o Copom manteve a expressão "neste momento" no comunicado, e a mensagem foi equivocadamente interpretada pelo mercado financeiro como uma indicação de que o Copom poderia cortar os juros em setembro. Na verdade, a sinalização não tinha mudado - o Copom estava renovando a intenção de manter os juros, mas dizendo que poderia subi-los, caso fosse preciso.

Agora, muito provavelmente, o que cai é a ameaça de que poderá subir os juros. Isso não significa que o Copom terá deixado a sua postura vigilante, se o cenário se tornar desfavorável. Muito provavelmente o que o Copom está vendo é um quadro inflacionário de menor risco para a convergência da inflação à meta.

De fato, nas últimas semanas, o discurso de autoridades do Banco Central, como seu presidente, Alexandre Tombini, apontava a melhora do quadro inflacionário, com quatro meses seguidos de deflação no atacado e perspectivas mais favoráveis para os índices ao consumidor.

Mais recentemente, a queda do PIB no segundo trimestre deve ter contribuído para melhorar as projeções do Banco Central. Não que tenha alterado o cenário de crescimento moderado sempre descrito pela autoridade monetária, sustentado pelo crédito, alta da renda e exportações, entre outros. Mas o fato é que o grau de ociosidade da economia foi maior do que o calculado pelo BC no primeiro semestre, contribuindo para conter as pressões inflacionárias.

É bom lembrar que, até agora, o Banco Central dizia que a inflação tendia a convergir para o centro da meta, de 4,5%, no horizonte de projeção de inflação, até meados de 2016, mas não convergia de fato. Não será surpresa se, no relatório de inflação de setembro, as projeções do Banco Central mostrarem uma inflação que converge mais claramente para a meta, com menos riscos.

 



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar