O mercado reduziu para 0,52% a projeção de crescimento da economia brasileira neste ano, segundo o Boletim Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira (1º). Foi a 14ª diminuição consecutiva.
Na semana passada, a sondagem, feita pelo BC com economistas de várias instituições financeiras,apontava alta de 0,70% em 2014.
A queda nas estimativas vem após a divulgação, na sexta-feira (29), do PIB no segundo trimestre. O PIB brasileiro caiu 0,6% no período ante os três primeiros meses de 2014. Em relação ao segundo trimestre de 2013, a economia do país encolheu em 0,9%.
Como o resultado do primeiro trimestre foi revisado para queda de 0,2% (contra alta de 0,2% informado anteriormente), segundo parte dos economistas, o país entrou em recessão técnica.
Os resultados apresentados pelo IBGE ficaram piores do que as previsões de mercado. A média das projeções de bancos e consultorias apontava para uma queda de 0,4% frente ao primeiro trimestre e de 0,5% na comparação com o mesmo período de 2013, segundo pesquisa da Bloomberg.
Para o ano que vem, a expectativa dos economistas ouvidos pelo BC é de expansão de 1,10% do Produto Interno Bruto, ante 1,20% na pesquisa anterior.
INFLAÇÃO
Em relação à inflação, a projeção para a alta do IPCA neste ano permaneceu em 6,27%, enquanto para 2015 foi ajustada a 6,29%, ante 6,28%.
Para os preços administrados, um dos principais vilões da inflação neste ano, a projeção de inflação caiu 0,05 ponto percentual para 2014, a 5,05%, e foi mantida em 7% para o ano que vem.
Em 12 meses, o IPCA vem se mantendo em torno do teto da meta do governo, que é de 6,5%. A expectativa fica para a divulgação na sexta-feira (5) dos números de agosto do indicador.
Para os próximos 12 meses, o Focus mostrou que o mercado manteve a previsão de alta do IPCA em 6,24%.
JUROS
Sobre a Selic, a mediana das estimativas aponta que o mercado manteve a expectativa de que a taxa básica de juros encerrará este ano nos atuais 11%. Em 2015, o mercado volta a ver os juros a 11,75%, contra 12% na pesquisa anterior.
Segundo os economistas consultados, o início do ciclo de aperto monetário será em março, com alta de 0,50 ponto percentual, sem mudanças em relação à pesquisa anterior.