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Veículo: Valor Econômco

Seção: Economia

Os rumores eleitorais, a fraqueza da atividade doméstica, simbolizada pela expectativa de retração do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, e a liquidez global farta derrubaram os juros futuros ontem.

Segundo operadores, a tese do choque de expectativas com uma eventual vitória da oposição deu novamente as caras na BM&F. Foi figurinha fácil entre investidores o rumor de que as pesquisas eleitorais trarão a candidata do PSB, Marina Silva, consolidada em segundo lugar na corrida presidencial, com boa vantagem em relação ao tucano Aécio Neves. Espera-se que, se eleita, Marina promova ajustes na política econômica.

 

Também derrubou as taxas futuras a expectativa que o IBGE divulgue, na sexta-feira, que houve contração do PIB no segundo trimestre. Isso consolidaria um quadro de recessão técnica, já que o PIB do primeiro trimestre deve ser revisado para o campo negativo. Ontem, a taxa do contrato futuro de Depósitos Interfinanceiros (DI) para janeiro de 2017 caiu de 11,41% para 11,37%. O DI para janeiro de 2021 cedeu de 11,57% para 11,47%. Com isso, a diferença entre as taxas desse dois contratos - uma boa medida de percepção de risco - caiu de 0,16 ponto percentual para 0,10 ponto, um nível historicamente muito baixo.

Segundo analistas, essa queda reflete o apetite elevado dos estrangeiros pela renda fixa doméstica, em um ambiente de liquidez farta. Embora tenham aumentado as chances de alta de juros nos EUA no primeiro semestre de 2015, dá tranquilidade aos investidores a expectativa de que o aperto monetário, quando vier, será muito gradual e limitado. Além disso, existe a expectativa de ampliação dos estímulos monetários pelo Banco Central Europeu (BCE).