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Instabilidade está ‘no preço’ mas BC segura moeda no laço

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

O Banco Central (BC) enxugou, nesta manhã, R$ 232 bilhões excedentes na conta de reservas do sistema bancário com a venda de títulos federais de sua carteira por um dia, remunerando as instituições proporcionalmente a 10,91% ao ano, dando suporte ao juro de curtíssimo prazo que deve se manter próximo à meta Selic, de 11%. Por uma coincidência de datas – uma vez que a programação de eventos no mercado financeiro é definida com quase um ano de antecedência --, a oferta de dinheiro na economia teve forte expansão na sexta-feira e caberá ao BC regular o escoamento dessa pressão para evitar manobras especulativas. O BC não pode, contudo, retirar soma muito elevada de recursos de circulação por mais tempo porque nos próximos dias há uma agenda razoável de tributos e contribuições federais que leva o sistema bancário a despachar um bom dinheiro para o governo.

Esse dinheirão disponível nos bancos e acessível ao BC já na sexta-feira brotou do vencimento de R$ 56 bilhões de NTN-B -- títulos públicos federais indexados à inflação oficial (IPCA). Mas a volatilidade mais intensa de preços e taxas não é determinada exclusivamente pelo grau de liquidez dos mercados. E, nesse sentido, o ambiente está inclinado à instabilidade em outros segmentos. Todos têm em comum, entretanto, como pano de fundo para a instabilidade, a política -- tema que patrocina declarações de toda sorte, de toda origem e nem sempre esclarecedoras, sempre com o risco de elevar a insegurança de investidores em períodos pré-eleitorais.

A bolsa é outro segmento do mercado que poderia estar com os nervos à flor da pele nesta segunda-feira, mas chegou à abertura da semana fortalecido pela valorização da sexta-feira e por condicionantes externas alentadoras, como relata Aline Cury Zampieri, especialista do Valor em mercado de capitais. Em contagem regressiva para o vencimento de opções, a BM&FBovespa  aqueceu os negócios com ações da Petrobras no último pregão da semana, com “vendidos” puxando seu preço em mais de 7% em decorrência de compras para cobertura de posições.

Sensível às crises geopolíticas que tendem a afetar mais rapidamente fluxos comerciais e preços de determinadas commodities e seus produtores no mercado internacional e doméstico, o Ibovespa pode se beneficiar – mesmo apresentando volatilidade – com a reunião no fim de semana entre ministros de Relações Exteriores da Alemanha, Rússia, Ucrânia e França perto de Berlim em preparação para negociações sobre um cessar fogo.

 



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