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Em dia de pregão volátil, dólar sobe 0,01%

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

SÃO PAULO  -  O dólar iniciou a semana volátil, encerrando esta segunda-feira em ligeira alta frente ao real. Investidores evitam mudança de posição e seguem mais cautelosos à espera de novos dados econômicos dos Estados Unidos, que possam confirmar uma recuperação mais forte da economia americana após o crescimento do PIB no segundo trimestre. 

No mercado local, analistas afirmam ter verificado um fluxo mais positivo pela manhã, liderado por uma grande empresa doméstica. Sem novas entradas no período da tarde, o mercado acabou ficando mais suscetível ao panorama externo, e fechou perto da estabilidade. O dólar comercial subiu 0,01% , cotado a R$ 2,2603. O contrato futuro para setembro avançava 0,13% para R$ 2,278. 

Apesar de uma leve diminuição da aversão ao risco nesta segunda-feira, na esteira o resgate do Banco Espírito Santo pelo Banco Central de Portugal, o clima ainda é de cautela nos mercados internacionais. A moeda americana recuava 0,20% frente ao dólar australiano, 0,12% diante da lira turca e 0,19% em relação ao rand sul-africano.

Investidores aguardam a divulgação de novos dados que possam confirmar uma recuperação mais forte da economia americana, depois do PIB no segundo trimestre ter crescido 4%. O dado aumentou as apostas de que o Federal Reserve pode ter de elevar a taxa básica de juros mais cedo que o esperado, apesar da autoridade monetária ainda manter um discurso ameno sobre a questão.  

No mercado local, o Banco Central iniciou hoje a rolagem do lote de US$ 10,07 bilhões em contratos de swap cambial que vence em 1º de setembro. A autoridade monetária rolou todos os 8 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão nesta segunda-feira, cuja operação somou US$ 395,1 milhões. Com a operação desta segunda-feira , há 193.400 contratos (US$ 9,67 bilhões) a serem renovados. Mantido esse ritmo, o BC postergará o vencimento de US$ 8 bilhões, devendo liquidar US$ 2,07 bilhões.

As atuações do BC têm contribuído para manter o dólar em patamar mais baixo, inferior a R$ 2,30, em uma tentativa de segurar o câmbio para evitar uma pressão ainda maior para a inflação. Mais cedo, o BC vendeu todos os 4 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão do programa de intervenção, em operação que movimentou o equivalente a US$ 198,9 milhões.

Em julho, a posição total do BC em swaps cresceu US$ 1,3935 bilhão, para US$ 90,156 bilhões. Segundo analistas, a colocação líquida de swaps pelo BC num ambiente de baixa volatilidade global reforça a tese de que o Banco Central está contendo a taxa de câmbio visando repasse de pressões adicionais aos preços. “O BC poderia aproveitar o mercado externo mais calmo para reduzir a posição em swaps e ganhar poder de fogo mais na frente, quando precisar de verdade conter uma disparada do dólar. Mas ele continua colocando swaps no mercado [em termos líquidos]. Isso me faz crer que existe uma tentativa clara aí de conter a inflação via câmbio”, afirma um analista de uma corretora.

Para o diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora, Arnaldo Curvello, parece claro que o BC busca evitar um dólar mais alto neste momento por causa da inflação ainda elevada, mas a colocação líquida de swaps está mais ligada à demanda por “hedge” cambial. “Há demanda por proteção. E o BC está satisfazendo essa demanda”, diz.

Segundo Reginaldo Siaca, gerente de câmbio da Advanced Corretora, os investidores estão se posicionando vislumbrando um fluxo mais negativo no fim do ano, uma vez que historicamente há uma maior concentração de saídas de dólares em novembro e dezembro.

Em julho, até o dia 25, o fluxo cambial estava negativo em US$ 4,680 bilhões, acumulando déficit de  US$ 534 milhões no ano. 

 



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