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BC diz que Brasil não vive crise econômica nem processo de estagflação

 
Seção: Economia

O Banco Central fez nesta terça-feira (5) uma defesa da política econômica do governo, ao afirmar que não se pode falar em crise neste momento.

Em audiência pública trimestral na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o presidente da instituição, Alexandre Tombini, disse também que o país está longe de um processo de estagflação (cenário de inflação alta com crescimento baixo). Segundo ele, apesar da expectativa de crescimento menor em 2014, a inflação está controlada.

"Certamente não podemos falar de crise aqui", afirmou. "Que crise é essa em que estamos com o menor nível de desemprego de todos os tempos? Que crise é essa em que a inflação está sob controle?", afirmou Tombini.

"Estamos caminhando para um fenômeno de quatro meses seguidos de deflação nos índices gerais de preços [IGPs]. Tem havido progressos na parte da inflação. Estamos longe, pelo menos na parte da inflação, do conceito de estagflação", disse.

Em relação às afirmações de que a economia estaria estagnada, Tombini disse que a revisão do crescimento para baixo tem sido mais uma norma do que exceção entre as maiores economias desenvolvidas e emergentes e não é algo que diz respeito somente ao Brasil.

O presidente do BC contestou o que chamou de "ideário de reformas e do Estado mínimo", ao afirmar que o México seguiu esse caminho, mas não obteve resultados até o momento e cresceu menos que o Brasil em 2013.

Tombini afirmou ainda que houve recuperação da confiança dos brasileiros e que isso está relacionado à redução da inflação, principalmente da queda nos preços de alimentos.

Para o BC, a economia brasileira vai crescer mais no segundo semestre. Não se pode descartar, no entanto, um resultado negativo este ano para o setor industrial.

Tombini citou problemas localizados em algumas áreas, como a automotiva, na qual destacou a queda nas exportações para a Argentina.

CRÉDITO

O presidente do BC reafirmou que a estratégia da instituição é manter a taxa básica de juros (Selic) no nível atual de 11% ao ano para combater a inflação. Disse ainda que não há "contradição ou incompatibilidade" entre essa política e as medidas "macroprudenciais" recentes para incentivar o crédito e injetar até R$ 45 bilhões na economia.

"Não há qualquer contradição ou incompatibilidade entre as ações recentes de política macroprudencial e a política monetária, uma vez que são instrumentos que têm objetivos distintos."

"Em momentos de euforia, como em 2010, tais políticas visam moderar excessos. Mas quando não há indícios de potencial risco ou observamos desaceleração indesejada do crédito, é justificável que medidas macroprudenciais apontem na direção oposta, como o BC fez."

CÂMBIO

O BC também justificou a manutenção do programa de intervenções diárias no câmbio ao afirmar que a redução nas turbulências no mercado financeiro no momento "não é motivo para complacência."

Segundo Tombini, em fóruns internacionais, o Brasil tem sido uma voz de "ponderação e pragmatismo" sobre a recuperação global, nem excessivamente otimista e nem demasiadamente pessimista.

Para o BC, apesar das políticas de estímulo monetário e financeiro adotadas pela maioria dos países terem evitado uma nova Grande Depressão, isso não se traduziu em mudança permanente e significativa da confiança dos setores reais das economias avançadas.

"Ou seja, os 'espíritos animais' dos empreendedores ainda não se restabeleceram totalmente, apesar de haver alguns sinais recentes mais encorajadores, como o maior crescimento dos EUA."

 



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