Seção: Economia
O mercado elevou a projeção para o IPCA, a inflação oficial do país, para 6,48% em 2014, pouco abaixo do teto da meta do governo, de 6,5%, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira (14).
As projeções feitas por economistas de instituições financeiras se mantinham estáveis em 6,46% havia três semanas. A mudança de patamar ocorre após, na última terça-feira, o governo ter divulgado que a inflação acumulada em 12 meses até junho foi de 6,52%, superando o teto de 6,5%.
A meta é de 4,5%, com dois pontos percentuais de variação para mais ou para menos.
Para 2015, a projeção no Focus para o IPCA foi mantida em 6,10%. Para os próximos 12 meses, entretanto, sofreu elevação de 0,03 ponto percentual, a 5,92%.
O levantamento do Boletim Focus, do Banco Central -que colhe projeções entre cerca de cem instituições- mostra ainda que os especialistas revisaram, pela sétima vez seguida, a mediana das estimativas para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto).
Agora, o mercado vê crescimento de 1,05% em 2014, ante 1,07% na semana anterior.
A perspectiva para a produção industrial no país também piorou, com o os agentes econômicos vendo contração de 0,90% este ano, contra recuo de 0,67% na pesquisa anterior.
Para 2015, a projeção para expansão do PIB permaneceu em 1,50%, mas a estimativa de crescimento da indústria caiu a 1,80%, frente a 2,10%.
SELIC
Os economistas consultados ainda mantiveram a projeção de que a taxa básica de juros Selic será mantida em 11% nesta semana, quando o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, se reúne novamente, encerrando o ano no mesmo patamar.
Pesquisa da Reuters mostrou que todos os 60 economistas consultados esperam que o BC mantenha a Selic em 11% na quarta-feira (16), com as atenções voltando-se para o comunicado da decisão em busca de sinais sobre os próximos passos.
A autoridade monetária vem defendendo que os efeitos do aperto recente da política monetária ainda vão se materializar. No Focus, a projeção de que a taxa básica de juros encerrará 2014 em 11% e 2015 a 12% não foi alterada.
Novo ciclo de aperto monetário só é esperado para começar em janeiro de 2015, com alta de 0,25 ponto percentual, sem alteração sobre a semana anterior, segundo o Focus.