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Temor por banco português cria tensões nos mercados
Veículo: Valor Econômico
Seção: Economia
LISBOA - Os temores pela saúde de um dos maiores grupos financeiros de Portugal golperam com dureza a bolsa de valores do país nesta quinta-feira e impulsionaram a alta de suas taxas de juros.
As tensões se originaram com situação do Grupo Espírito Santos (GES), que inclui o Banco Espírito Santo (BES), o maior de Portugal.
As transações com as ações do banco foram suspensas após uma queda de 16%, que arrastaram a Bolsa de Lisboa para uma baixa de mais de 4% e fez com que a taxa dos bônus de 10 anos subissem 0,13 ponto percentual, para 3,89%.
Essa situação repercutiu na Europa, onde o índice Stoxx 50 das principais ações europeias caiu mais de 1%.
As baixas do mercado foram uma ingrata recordação para os investidores das tensões que tem afetado a Europa nos últimos anos, quando cresceram intensamente os temores pelo estado das finanças públicas de vários países que usam o euro.
Portugal foi o terceiro país da zona do euro, após Grécia e Irlanda, a recorrer ao socorro financeiro internacional, que foi de 78 bilhões de euros em 2011. Desde aquele momento, os sucessivos governos portugueses tiveram de aplicar medidas de austeridade, cortes de gastos e reformas econômicas.
As tentativas recentes de Portugal para sanear suas finanças públicas permitiram que o país recuperasse a confiança dos investidores, observada na queda das taxas de juros que paga sobre seus empréstimos. Portugal finalizou seu programa de resgate de três anos em maio, com a confiança de que poderia obter recursos nos mercados.
O governo insiste que o Grupo Espírito Santo está sólido, mas um comitê parlamentar disse que vai convocar o ministro da Fazenda e o presidente do Banco de Portugal para questioná-los sobre o GES.
No começo desta tarde, a maioria das praças financeiras europeias operavam com queda de mais de 1%. O PSI 20, de Lisboa, declinava 4%.
Em Nova York, as preocupações com a solidez do GES também influenciavam os negócios e os índices acionários perdiam ao menos 0,5%.
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