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IPCA recua em junho, mas taxa em 12 meses volta a bater o teto da meta

Seção: Economia

Após taxas expressivas até abril, a inflação mensal voltou a desacelerar em junho, mas não o suficiente para evitar que o acumulado em 12 rompesse o teto da meta estipulado pelo governo.

O IPCA, índice oficial do país, ficou em 0,40% em junho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (8) pelo IBGE.

No acumulado em 12 meses, foi a 6,52%, rompendo o teto da meta para o ano, de 6,5%.

A meta é de 4,5%, com dois pontos percentuais de variação para mais ou para menos.

A taxa acumulada em 12 meses é a maior desde janeiro deste ano, quando o choque dos alimentos elevou os preços para o consumidor.

Analistas já esperavam que o índice batesse o teto e alguns não descartam estouro no final de 2014.

O governo avalia que a tendência da inflação é de queda. Superar 6,5% no meio do ano não significa descumprir a meta, que se refere ao IPCA de dezembro. E a previsão, inclusive a taxa mediana do mercado, é fechar o ano em 6,46%.

As projeções dos economistas são de inflação acima do teto da meta até fevereiro (exceto em dezembro) e superior a 6% até o fim de 2015.

De janeiro a junho, a inflação acumula 3,75%, segundo o IBGE.

O resultado de junho é o mais baixo para um mês desde setembro de 2013, quando esteve em 0,35%.

Entretanto, apesar de recuar em relação ao percentual de maio (0,46%), o IPCA de junho veio acima do esperado pelo mercado. Analistas previam alta de 0,35%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central.

  Editoria de Arte/Folhapress  
Indicadores - Evolução do IPCA
Indicadores - Evolução do IPCA

ALIMENTOS

A queda nos preços dos alimentos evitou que o índice ficasse ainda maior.

O grupo alimentação teve deflação (queda) de 0,11% em junho, abaixo da alta de 0,58% de maio e segurando o IPCA e compensando alta de outros produtos e serviços.

A deflação de alimentos em junho correspondeu ao menor resultado para o grupo desde a queda de 0,33% de julho de 2013. Trata-se do grupo de maior peso para conter a inflação.

"Os meses de junho e julho, em geral, apresentam a menor variação [do IPCA] por causa da freada dos alimentos", diz Eulina Nunes dos Santos, coordenador de Índices de Preços do IBGE.

O inflação geral em junho de 2013 foi de 0,26%, menor do que o do mesmo mês de 2014.

Desde março, quando o IPCA mensal bateu na maior taxa para o mês desde 2003 (0,92%), há menor pressão dos preços dos alimentos, que assegura uma freada na inflação.

Passada a pior fase da estiagem que marcou o verão o começo do outono, os preços dos alimentos cederam, ajudados ainda pelo enfraquecimento do consumo diante do custo elevado da alimentação e de uma renda que já mostra sinais de desaceleração.

Há uma declínio previsto, mas não na mesma intensidade.

EVOLUÇÃO MENSAL DOS PREÇOS

GRUPO MAIO (em %) JUNHO (em %)
Índice Geral 0,46 0,4
Alimentação e Bebidas 0,58 -0,11
Habitação 0,61 0,55
Artigos de Residência 1,03 0,38
Vestuário 0,84 0,49
Transportes -0,45 0,37
Saúde e Cuidados Pessoais 0,98 0,6
Despesas Pessoais 0,8 1,57
Educação 0,13 0,02
Comunicação 0,11 -0,02

Fonte: IBGE 

 



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