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Governo estuda ajudar bens de capital, mas sem corte de taxa

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

 

Ruy Baron/Valor / Ruy Baron/Valor

Ricardo Schaefer, do Mdic: ainda não há prazo para o programa ser lançado

 

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Ricardo Schaefer, disse que o governo segue estudando medidas para ajudar os produtores de bens de capital, mas descartou que o auxílio virá por meio de taxas de financiamento mais baixas que as atuais do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que variam de 4% a 6% ao ano.

"O PSI já tem taxas competitivas e juros negativos. Acho que não é por esse caminho que vamos evoluir. Por enquanto, os debates estão dentro do governo", disse Schaefer. Segundo o secretário, um grupo de técnicos - formado por especialistas dos ministérios do Desenvolvimento e da Fazenda e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - trabalha no formato do programa de auxílio ao setor. Não há prazo para o programa ser lançado.

Ao analisar a situação da produção industrial, que em maio amargou seu terceiro resultado negativo consecutivo, o secretário-executivo do Mdic afirmou que o Brasil sofre com contexto desfavorável internacional, sobretudo, com as dificuldades econômicas dos EUA, Europa, Argentina e Venezuela.

"Creio que a nossa indústria nos últimos anos mostrou uma certa resiliência. O que estamos assistindo atualmente é um ajuste das economias dos Estados Unidos e da Europa, o que afetou as relações comerciais com o Brasil", disse Schaefer.

O secretário negou ontem que haja atrasos nos pagamentos do governo a bancos privados para a linha de apoio à exportação Proex-Equalização.

"Não há atrasos. Estamos fazendo um trabalho para melhorar a gestão dos recursos do Proex-Equalização. Existem muitos projetos de longo prazo e os recursos normalmente são alocados nesses projetos. Vários outros, com menor maturação, ficam de fora. O que queremos é não alocar eventualmente todo o recurso nesses projetos de longo prazo, para permitir a entrada de outros projetos", afirmou Schaefer. De acordo com ele, as exportações não estão sendo nem serão afetadas.

Na edição de ontem do Valor, o colunista Sergio Leo informou que Ministério da Fazenda havia começado a atrasar o pagamento aos bancos referente ao Proex-Equalização e que as empresas estavam recebendo carta do Banco do Brasil, comunicando que, "por falta de orçamento", estavam suspensas as operações com a linha.

Fontes do Tesouro Nacional disseram ontem que os pagamentos aos bancos estão em dia, mas confirmaram o envio da carta. Segundo as fontes, a suspensão de operações tinha como objetivo fazer um levantamento dos contratos realmente firmados pelas empresas.

 



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