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Dólar sobe 0,87% com dado do mercado de trabalho nos EUA

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

SÃO PAULO  -  Apesar do discurso suave hoje da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, o dado melhor que o esperado da criação de vagas de trabalho no setor privado nos Estados Unidos reforçou as apostas de que a economia americana deve mostrar uma recuperação no segundo trimestre, levando a uma alta das taxas dos Treasuries e do dólar frente às principais moedas.

No mercado local, a valorização da moeda americana foi intensificada pelo fato do Banco Central ter sinalizado ontem que poderá fazer a rolagem parcial do lote de US$ 9,457 bilhões em contratos de swap cambial que vence em agosto. 

O dólar comercial  subiu 0,87%, encerrando a R$ 2,223. Já o contrato futuro para agosto avançava 0,90% para R$ 2,241.

No exterior, a moeda americana subiu frente às principais divisas repercutindo o número acima do esperado do mercado de trabalho nos Estados Unidos. A ADP informou nesta quarta-feira que foram criadas 281 mil vagas no setor privado nos EUA em junho, acima da previsão dos analistas que esperavam a adição de 210 mil postos de trabalho. O número reforçou as apostas de uma recuperação da economia americana no segundo trimestre, que abriria espaço para o Fed discutir a elevação da taxa básica de juros nos EUA e amplia a expectativa dos investidores para o relatório mensal de empregos (payroll), que sai amanhã.

O dólar subia 0,61% frente ao dólar australiano, 0,87% em relação ao rand sul-africano e 0,44% diante do peso mexicano.

Em discurso no Fundo Monetário Internacional (FMI), a presidente do Fed, Janet Yellen, defendeu o uso de políticas macroprudenciais como a principal linha de defesa para combater eventuais desequilíbrios do sistema financeiro em função da liquidez nos mercados, reforçando que o processo de normalização da política monetária será bastante suave. Yellen lembrou que problemas persistentes originados na crise financeira podem continuar requerendo a resposta de juros mais baixos.

“O discurso da Yellen não trouxe novidade em relação à ata da última reunião do Fomc [Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed] e ainda não reflete os dados do segundo trimestre. A decisão sobre a normalização da política monetária nos EUA vai depender dos dados econômicos”, destaca Jankiel Santos, economista-chefe do Espirito Santo Investment Bank no Brasil.

No mercado local, a valorização da moeda americana foi intensificada pela dúvida se o BC fará a rolagem integral do lote de US$ 9,457 bilhões em contratos de swap cambial que vence em 1º de agosto.

Hoje a autoridade monetária deu início à rolagem do lote, renovando 7 mil contratos, cuja operação somou US$  346,4 milhões. Se mantiver o mesmo ritmo, o BC terá rolado apenas US$ 7 bilhões do lote total.  O BC deixou de rolar US$ 1,310 bilhão do lote de US$ 10,060 bilhões que venceu ontem. A autoridade monetária ainda não aceitou nenhuma proposta no leilão de rolagem de US$ 3,5 bilhões em linha de dólar com compromisso de recompra, realizado na segunda-feira.

Mais cedo, o BC vendeu todo o lote de até 4 mil contratos de swap cambial em oferta líquida, “injetando” no mercado futuro de câmbio o equivalente a US$ 198,9 milhões. “O BC vinha dando sinalização de que poderia reduzir o volume na rolagem e com o dólar em um patamar entre R$ 2,20 e R$ 2,25 ele tem espaço para fazer isso”, afirma Santos, destacando que enquanto não houver uma sinalização de uma forte valorização da moeda americana em um curto espaço de tempo o BC pode reduzir a posição nesses instrumentos cambiais, que hoje somam US$ 88,763 bilhões.

Os dados do fluxo cambial mostram que junho caminha para fechar com saldo negativo pelo segundo mês consecutivo. Em junho, até o dia 27, o fluxo cambial está negativo em US$ 856 milhões, resultado de um déficit de US$ 2,129 bilhões na conta comercial e de uma entrada líquida de US$ 1,272 bilhão na conta financeira, segundo dados divulgados  hoje pelo BC.

No ano, o saldo cambial está positivo em US$ 3,172 bilhões, inferior ao registrado no mesmo período do ano passado de US$ 8,913 bilhões.

 



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