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BC reduz projeção de alta do PIB a 1,6% em 2014, vê inflação quase no teto da meta

Veículo: O Estado de São Paulo

Seção: Economia

Ao mesmo tempo em que passou a ver a economia crescendo menos neste ano, com contratação da indústria, o Banco Central piorou suas contas sobre a inflação neste ano e no próximo mas argumentou que ela entrará em convergência para a meta à frente.

"(O BC) antecipa cenário que contempla inflação resistente nos próximos trimestres, mas, que, mantidas as condições monetárias, tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção", afirmou o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira.

A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano foi a 1,6 por cento, ante 2,0 por cento. O BC passou a ver a indústria contraindo 0,4 por cento em 2014, bem pior do que a estimativa de expansão de 1,5 por cento vista até então.

Segundo a autoridade monetária, essa piora veio da revisão nas estimativas de crescimento da produção da indústria de transformação (de 0,5 para -1,9 por cento) e da construção civil (de 1,1 para -2,2% por cento).

Sobre a inflação, o BC vê que o IPCA subirá 6,4 por cento neste ano pelo cenário de referência, ante previsão anterior de 6,1 por cento, praticamente no teto da meta do governo --de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Com isso, o BC passou a ver chances praticamente iguais de a inflação estourar ou não o teto da meta neste ano. Segundo o relatório, a possibilidade de ficar acima do limite está em torno de 46 por cento, frente aos 38 por cento no documento anterior.

O BC vê ainda alta de 5,7 por cento do índice em 2015, um pouco acima da projeção anterior (5,5 por cento), e de 5,1 por cento no segundo trimestre de 2016.

Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada no início do mês, o BC já havia sinalizado que o ritmo de expansão da atividade neste ano tendia "a ser menos intenso este ano, em comparação ao de 2013". [nL1N0OM10G] No mês passado, o BC encerrou o ciclo de aperto monetário, que durou um ano e tirou a Selic na mínima histórica de 7,25 por cento para o atual patamar de 11 por cento. Mas, apesar do movimento, a inflação continua em patamares. [nL1N0OM10G] O BC têm argumentado que a recente inflação dos alimentos é temporária, balizando a decisão de parar de subir os juros. Mas, por outro lado, demonstra preocupação com a inflação dos preços administrados, com previsão de 5 por cento neste ano.

"O Copom avalia que pressões inflacionárias ora presentes na economia --a exemplo das decorrentes do realinhamento de preços administrados em relação aos livres; do realinhamento de preços domésticos em relação aos externos; e de ganhos salariais incompatíveis com ganhos de produtividade-- tendem a arrefecer ou, até mesmo, a se esgotarem ao longo do horizonte relevante para a política monetária", informou o BC pelo relatório.A economia brasileira iniciou o ano desacelerando, com o PIB crescendo apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre, afetada pelo mau desempenho da indústria e dos investimentos. [nL1N0OG1DR] Segundo a pesquisa Focus do BC, a expectativa dos economistas é de expansão de 1,16 por cento do PIB neste ano, muito aquém dos 2,5 por cento vistos em 2013. 



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