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Reunião com vice-presidente dos EUA marca melhora na relação bilateral

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desembarca hoje no Brasil e se encontra amanhã com a presidente Dilma Rousseff, numa reunião que simboliza a melhora da relação entre os dois países nos últimos meses. Biden será a mais alta autoridade americana a pisar no país depois que Dilma adiou a visita de Estado a Washington marcada para outubro de 2013 devido às revelações de que tinha sido espionada pela Agência Nacional de Segurança (NSA). Hoje, Biden assiste, em Natal, ao jogo dos EUA contra Gana, pela Copa do Mundo. A reunião de amanhã com Dilma e o vice-presidente Michel Temer será em Brasília.

Dilma nutre simpatia por Biden, um político experiente - e influente - em assuntos diplomáticos. Os dois se falaram pelo telefone em 8 de maio, quando o encontro foi confirmado, e haviam se encontrado em março no Chile, na posse da presidente Michelle Bachelet.

Os americanos têm notado uma maior disposição do governo brasileiro em fazer avançar o relacionamento bilateral. Em teleconferência realizada ontem, um alto funcionário do governo americano disse que o fato de a viagem ocorrer neste momento é um reflexo da importância que o presidente Barack Obama e Biden conferem em mover adiante a relação entre Brasil e EUA. "Os dois a veem como uma grande oportunidade para continuar a construir uma parceria global entre duas democracias fortes e diversas."

Segundo ele, Biden vê na reunião uma chance para discutir vários assuntos na relação bilateral, como energia, economia e ciência e tecnologia, além de assuntos regionais e globais - a situação da Venezuela deve estar na pauta, embora o funcionário americano não a tenha citado. Depois do Brasil, o americano visitará Colômbia, República Dominicana e Guatemala, em seu oitavo giro pela América Latina desde 2009. Washington tem sinalizado que a região é uma das prioridades do segundo mandato de Obama.

Um dos primeiros sinais de melhora da relação entre Brasil e EUA neste ano foi a visita, em março, do secretário do Tesouro americano, Jacob Lew. O americano se reuniu com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini.

Outro sinal de boa vontade são as negociações sobre o contencioso do algodão. Na semana passada, integrantes do governo brasileiro estiveram mais uma vez em Washington com técnicos do governo Obama para tratar do assunto, em uma reunião classificada como "produtiva" pelo Itamaraty. As autoridades brasileiras vão agora examinar as propostas dos EUA para decidir se entram com um painel de implementação na Organização Mundial do Comércio (OMC), que avaliaria se a nova lei agrícola americana (a "Farm Bill") segue as normas da instituição. O Brasil parece preferir um acordo.

A proximidade das eleições brasileiras sugere que, nos próximos meses, poderá haver contatos menos intensos entre as autoridades dos dois países. Nesse cenário, um eventual agendamento de uma nova visita de Dilma a Washington tenderia a ocorrer depois do pleito.

No ano passado, a relação azedou depois que surgiram as revelações de que Dilma e a Petrobras foram espionadas pelo governo americano. A presidente adiou a visita de Estado a Washington e fez um discurso duro sobre o assunto na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro. Mas, aos poucos, o clima tem melhorado. como confirmou Dilma em entrevista ao "New York Times" no começo de junho.

 



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