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Dólar cai 0,49% refletindo cenário externo e resultado do Datafolha

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

SÃO PAULO  -  O dólar caiu pelo segundo dia consecutivo frente ao real, acompanhando o mercado externo e repercutindo o resultado da pesquisa eleitoral, divulgada hoje pelo Datafolha, que mostra uma queda das intenções de voto da presidente Dilma Rousseff.

O dólar comercial recuou 0,49% para R$ 2,25. Na semana, no entanto, a moeda sobe 0,40%, mas acumula queda de 4,54% no ano. No mercado futuro, o contrato futuro para julho recuava 0,54% para R$ 2,264.

Os mercados repercutem hoje o resultado da pesquisa eleitoral realizada pelo Datafolha, que mostrou que a presidente Dilma Rousseff continua na frente da disputa pela Presidência da República, mas continua perdendo espaço. A candidata petista tem 34% das intenções de voto, contra 37% do levantamento de maio. A pesquisa também mostrou um recuo dos candidatos da oposição, mas alimentou a esperança de um segundo turno mais concorrido, ampliando a chance de vitória de um candidato visto com perfil mais pró-mercado.

No exterior, o dólar operava em queda frente às principais moedas depois da divulgação do número de criação de vagas no mercado de trabalho nos Estados Unidos, que não surpreendeu o mercado. Na última semana, havia crescido o número de apostas de que o resultado poderia superar as previsões dos analistas, o que não se confirmou e contribuiu para uma correção do dólar. Em maio, foram criadas 217 mil empregos nos Estados Unidos, um pouco acima do esperado pelo mercado que era de 201 mil. A taxa de desemprego manteve estável em 6,3%.

Além disso, o anúncio ontem de medidas de estímulo pelo Banco Central Europeu (BCE) sustenta a demanda por ativos de maior risco. Ontem, o BCE cortou as taxas de juros, com a taxa de depósito passando para o terreno negativo, e anunciou que a autoridade monetária está trabalhando em um programa de compra de ativos para estimular o crescimento da economia e levar a inflação à meta. 

As taxas dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) ainda baixas e a perspectiva de maior liquidez nos mercados sustentam a demanda por ativos de riscos, estimulando a retomada das operações de “carry trade”, que buscam ganhar com a arbitragem de juros.

Nesse cenário, as moedas de países com altas taxas de juros como o Brasil, Turquia e África do Sul têm liderado o movimento de alta. A lira turca subia 0,92% frente ao dólar, enquanto o rand sul-africano avançava 1,10%.

Apesar da perspectiva de melhora do fluxo para mercados emergentes, os analistas acreditam que o Banco Central deve estender o programa de intervenção no câmbio, previsto para acabar 30 de junho, mas com alguns ajustes, uma vez que a inflação continua pressionada, próxima do teto da meta (6,5%), acumulando alta de 6,37% em 12 meses. “Acho que o BC renova o programa, mas deve reduzir em 50% a venda de contratos de swap cambial do leilão diário”, afirma João Medeiros, diretor de câmbio da Pioneer Corretora.

Hoje o BC vendeu todos os 4 mil contratos de swap cambial ofertados no leilão, cuja operação somou US$ 198,8 milhões. A autoridade monetária ainda renovou mais 10 mil contratos de swap cambial, que tinham vencimento previsto para 1º de julho, que totalizaram US$ 495,5 milhões.

Com isso, o BC já renovou US$ 2,250 bilhões do lote total. Se mantiver o mesmo ritmo até o fim do mês, o BC terá concluído a rolagem de US$ 8,750 bilhões do lote total que vence em julho, deixando vencer US$  1,310 bilhões.

 



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