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IPCA tem alta de 0,46% em maio e de 6,37% em 12 meses

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

RIO  -  (Atualizado às 15h30) O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,46% em maio, seguindo elevação de 0,67% em abril, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em maio do ano passado, o índice tinha registrado aumento de 0,37%. 

Com o resultado, houve alta de 3,33% nos primeiros cinco meses do ano e avanço de 6,37% em 12 meses, acima da taxa apurada nos 12 meses imediatamente anteriores, de 6,28%. Foi a quarta alta consecutiva na medição de 12 meses, que aproxima o indicador ainda mais do teto da meta do governo, de 6,5% ao ano.

O IPCA de maio ficou acima da média de 0,39% apurada pelo Valor Data junto a 19 consultorias e instituições financeiras. O intervalo das projeções era de 0,33% a 0,48%. O acumulado em 12 meses também ficou acima da média esperada, de 6,30%. 

período taxa de variação (%)
Fonte: IBGE
maio 2014 0,46
abril 2014 0,67
maio 2013 0,37
acumulado 2014 3,33
acumulado 12 meses 6,37

"Houve uma boa desaceleração do IPCA entre abril e maio, mas nem por isso a taxa pode ser considerada baixa. Em 12 meses, a taxa continua acelerando, porque estamos trocando taxas mais baixas [as dos meses do ano passado] por taxas mais altas", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com ela, a desaceleração ocorreu em razão dos grupos alimentação e transportes. O primeiro passou de alta de 1,19% para avanço de 0,58%. O segundo, de 0,32% em abril, para queda de 0,45% em maio.

"A pressão do grupo alimentação no IPCA caiu pela metade, influenciada pela queda da batata inglesa, por exemplo, e outros itens subindo menos, como a carne. Os principais itens que puxaram para baixo a inflação de transportes foram as passagens aéreas e os combustíveis. Qualquer variação de combustíveis é importante no orçamento das famílias", disse Eulina.

grupo variação abril (%) variação maio (%)
Fonte: IBGE
alimentação e bebidas 1,19 0,58
habitação 0,87 0,61
artigos de residência 0,20 1,03
vestuário 0,47 0,84
transportes 0,32 -0,45
saúde e cuidados pessoais 1,01 0,98
despesas pessoais 0,31 0,80
educação 0,03 0,13
comunicação 0,02 0,11

Em sua avaliação, o efeito da estiagem ficou para trás, após meses prejudicando a oferta de alimentos e pressionando os preços. Alguns dos itens alimentícios que mais desaceleraram entre abril e maio foram batata -inglesa (de 22,26% para -9,13%) e carnes (de 1,83% para 0,4%).

No grupo transportes, a gasolina, que tinha subido 0,43% em abril, caiu 0,35% em maio, ao passo que, nesse período, o etanol passo de alta de 0,59% para queda de 2,34%. O item que mais contribuiu para a deflação do grupo transportes foi o de passagens aéreas, cujos preços recuaram 22,11% em maio, após queda de 1,87% no mês anterior.

"O que podemos inferir é que houve a oferta de mais voos [em maio do que em abril] e as empresas deixaram por mais tempo disponíveis ao consumidor as tarifas mais em conta", afirmou ela. 

Por outro lado, o IBGE observou pressões inflacionárias causadas pela Copa do Mundo e o reajuste de energia elétrica.

O campeonato mundial vem gerando aumento de turistas nas cidades-sede, o que eleva a demanda.

"Observamos que em maio e em meses anteriores a Copa tem provocado aumento na alimentação fora do domicílio. Isso aumenta a pressão inflacionária", afirmou Eulina.

O item alimentação fora do domicílio, que inclui refeição, lanche, refrigerante fora e café da manhã, subiu 0, 91% em maio, após alta de 0,57% no mês anterior.

Já as tarifas de energia elétrica subiram 3,71% entre abril e maio, configurando-se no maior impacto entre os itens que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). A energia elétrica representou quase 22% da inflação do mês passado, resultado de uma série de reajustes tarifários realizada em Recife (16,65%), Fortaleza (12,96%), Salvador (12,82%), Campo Grande  (10,27%), Porto Alegre (5,05%), Belo Horizonte (4,37%), Rio de Janeiro (4,88%) e Belém (3,62%).

"Houve reajustes expressivos que acabaram por onerar o orçamento das famílias brasileiras", afirmou Eulina.

De acordo com ela, entre os preços administrados, a tarifa de água e esgoto de São Paulo em maio ajudou a conter a inflação. É que  o governo paulista lançou o Programa de Incentivo à Redução de Consumo de Água, em razão dos baixos índices no reservatório da Cantareira. Apenas em São Paulo, a tarifa foi reduzida em 21,98% em maio. Esse movimento acabou puxando a média brasileira de tarifa de água e esgoto para uma queda de 5,25% em maio, após alta de 0,76% em abril.

"São Paulo acabou produzindo efeito contra a inflação. Trata-se de um reflexo do peso da região, que é de cerca de um terço, no IPCA geral", afirmou.

O IPCA apura a inflação para as famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Brasília e dos municípios de Goiânia e Campo Grande.

INPC

O levantamento do IBGE trouxe ainda que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,60% em maio, depois da alta de 0,78% em abril. Nos primeiros cinco meses do ano, o indicador avançou 3,52%, ao passo que, em 12 meses, teve alta acumulada de 6,08%. Em maio do ano passado, o INPC teve alta de 0,35%.

O INPC se refere às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos que vivem nas mesmas regiões metropolitanas e capitais pesquisadas no IPCA.

 



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