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Mantega: É importante ter juros baixos para estimular desenvolvimento

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

BRASÍLIA  -  O ministro da Fazenda, Guido Mantega, enfatizou a importância de o país ter juros mais baixos com a finalidade de estimular o desenvolvimento. “A taxa de juros real era muito mais alta no passado”, disse o ministro, notando que taxas de juros elevadas inibem o crescimento da economia.

A afirmação foi feita em balanço da evolução da concessão de crédito no país nos últimos anos, com ênfase para o papel dos bancos públicos, em discurso durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto. Na semana passada, o Banco Central (BC) interrompeu o ciclo de elevação dos juros ao manter a Selic em 11% ao ano. 

O ministro definiu as ações adotadas pelo governo nos últimos anos como "uma revolução no crédito", com destaque para acesso ao microcrédito. “Inexistia microcrédito para pessoas de baixa renda”, afirmou. 

O ministro também salientou em seu discurso o ingresso de capital estrangeiro no país mesmo com a crise financeira internacional. “A crise não afetou a vinda de investimento estrangeiro direto”, afirmou Mantega. “O Brasil é tido como um endereço importante para o investimento estrangeiro direto, que vem para a produção”, completou.

O ministro da Fazenda defendeu as ações empreendidas pelo governo para estimular a concessão de crédito para pessoas com renda menor. “Tivemos expansão do crédito ao consumidor num primeiro momento para ele melhorar seu padrão de vida”, justificou.

Para Mantega, “essa população agora tende a fazer financiamento para habitação. Do total do crédito para pessoa física, avançou o crédito imobiliário, para 28%, enquanto crédito para bens está em 16%”.

Dentre os efeitos proporcionados pela crise econômica puxada pela Europa, Mantega destacou o aumento do crédito direcionado e queda no crédito livre. “Hoje temos abundância de crédito direcionado. Há escassez de crédito para consumo, embora nível de inadimplência esteja baixo”, pontuou. “Poderíamos estar com taxas de crescimento maiores se houvesse um pouco mais de crédito para consumo.”

O ministro prevê que, “em breve, a recuperação do crédito livre trará crescimento do comércio do país e isso vai estimular o investimento, que é a prioridade”.

Mantega também saiu em defesa da atuação do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos bancos públicos de forma geral. "Hoje [os bancos públicos] são lucrativos e eficientes, têm taxas de rendimentos bastante razoáveis", notou.

O ministro chamou a atenção para o crédito concedido para a agricultura, com R$ 180 bilhões de financiamento para o setor por meio do Plano Agrícola e Pecuário. 

 



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