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Apesar de freio, China ainda dependerá do Brasil

Veículo: Folha de São Paulo

Seção: Economia

O mundo assiste com atenção à desaceleração econômica chinesa. A evolução do PIB (Produto Interno Bruto), que já superou os 10% ao ano, agora preocupa e gira de 7% a 7,5%.

Mas essa preocupação deve ser encarada com menor apreensão pelo agronegócio. O crescimento da renda de boa parte da população e a urbanização mudaram os padrões alimentares na China.

O resultado é que o país poderá comprar menos minério, mas não fará o mesmo com os alimentos, cuja demanda continua crescendo.

Os chineses, exportadores líquidos de grãos até 2007, agora são importadores, tanto de grãos como de carnes.

A dependência chinesa por alimentos abre novas portas para o Brasil. E a demanda chinesa cresce mais exatamente em produtos cuja evolução é grande no Brasil.

É o caso do milho. O cereal é o que tem a maior evolução de produção no Brasil. O país saiu de 42 milhões de toneladas em 2006 para 82 milhões no ano passado.

E é exatamente onde a China terá as maiores dificuldades de abastecimento. As importações chinesas, que atingiram 2,7 milhões de toneladas na safra passada e devem ficar em 7 milhões nesta, poderão chegar a 22 milhões de toneladas em 2023/24, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).

As importações de soja deverão atingir 112 milhões de toneladas daqui a dez anos. Na safra passada, foram de 60 milhões. Nesta, 69 milhões.

As importações de grãos da China não se limitam a esses produtos, mas se estendem também para trigo, algodão, sorgo e até arroz.

Uma boa abertura para o Brasil virá também das carnes, principalmente da bovina, produto que, segundo analistas do Rabobank --banco especializado em agronegócio--, poderá ser a "nova soja" para a China.

Os chineses importaram 297 mil toneladas de carne bovina em 2013. Esse volume deverá dobrar até 2018, segundo o banco.

As portas se abrem também para as carnes suína e de frango. No primeiro caso, as importações crescerão 59% em dez anos, enquanto as de frango subirão 45%, aponta o Usda.

Esse setor de carnes, no entanto, é delicado e o país precisará se esforçar mais para participar dele.

Novos números A Informa Economics FNP revisou para cima os números da safra de grãos de 2013/14. A produção de soja, devido a uma melhora na produtividade em vários Estados, fica em 87,4 milhões de toneladas, de acordo com a consultoria.

Mais milho As condições climáticas favoráveis em abril permitirão uma colheita de 70,5 milhões de toneladas de milho, segundo a Informa. Se confirmado, esse volume superará em 2,55 milhões de toneladas o da previsão anterior.

Duro na queda 1 O preço do álcool já recuou 8,1% nas usinas nos últimos dois meses. O litro do hidratado caiu para R$ 1,3213, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). No final de fevereiro, o litro estava em R$ 1,4382.

Duro na queda 2 Os postos de São Paulo ensaiam uma queda de preços devido à redução nas usinas, mas o ritmo é lento. Com recuo de 1,6% em 30 dias, o etanol ainda mantém alta de 0,4% nos postos ante os preços de fevereiro.

Máquinas agrícolas têm queda nas vendas de abril

Após o intenso ritmo de renovação de frota no ano passado, os produtores continuam pisando no freio na compra de máquinas nes- te ano. Os dados de abril indicam mais uma redução nas vendas.

As indústrias colocaram 339 colheitadeiras nas concessionárias no mês passado, 34% menos do que em igual mês de 2013. No ano, as vendas acumuladas caíram para 2.361 unidades, 22% menos.

O setor de tratores também vendeu menos no mês passado. Foram 5.214 unidades, segundo informações do mercado, 14% menos do que em abril de 2013.

No acumulado do ano, as vendas de tratores recuaram para 16,5 mil unidades, 19% menos do que de janeiro a abril do ano passado.



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