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Indústria e comércio de Santa Catarina estão de olho no mercado que a Copa do Mundo oferece

Veículo: Notícias do dia

Seção: Economia

O setor têxtil deve ser um dos mais beneficiados com a onda verde e amarela que vai tomar as ruas

Para os jogadores, a Copa do Mundo só começa quando Brasil e Croácia derem o pontapé inicial, dia 12 de junho. Entretanto, para a indústria e o comércio de Santa Catarina, a bola está rolando desde o ano passado, quando várias empresas começaram a preparar suas produções para o maior evento de futebol do mundo. O setor têxtil deve ser um dos mais beneficiados com a onda verde e amarelo que vai tomar as ruas nos próximos meses, mas a indústria catarinense promete inovar na torcida pelo hexacampeonato. Em Florianópolis, o lucro deve vir do comércio de produtos com a temática da Copa.

 

Flavio Tin/ND
Produtos com as cores do Brasil já fazem sucesso no comércio de Florianópolis

 

 

Esta será a quarta Copa do Mundo que a Sulfabril, de Blumenau, lança uma coleção de roupas exclusiva com a temática da competição. Mesmo com Santa Catarina sem receber jogos, a direção da empresa aposta em vendas ainda melhores. "Produzimos 150 mil peças de vestuário, não apenas com as cores do Brasil. Há também roupas para as outras seleções”, disse Gilberto Reiter, 53, gerente de vendas da Sulfabril.

Um setor que cresce a cada ano é o de cervejas artesanais. Neste ano, os catarinenses da Bierland prometem uma polêmica com uma cerveja feita especialmente para a Copa do Mundo e criada por brasileiros e argentinos. Eles só não decidiram se, no final da competição, ela será tri ou hexacampeã. “Fizemos em conjunto com a Antares, da Argentina. Brasileiro e argentino têm as mesmas paixões: futebol e cerveja. No primeiro, até pode ter rivalidade, mas no segundo não. Assim surgiu o projeto “Unidos Pela Cerveja”. A receita foi feita em conjunto: lúpulo argentino e guaraná da Amazônia”, revelou Rubens Deeke, sommelier de cerveja da Bierland.

A data de lançamento da cerveja, que ainda não foi batizada, é dia 5 de junho, uma semana antes do começo do torneio. A cervejaria já preparou 12 mil litros do produto, que deve ser distribuído em todas as cidades-sede da Copa. Para eles, o lucro não vem apenas em dinheiro. “O negócio é uma motivação, mas a intenção é trabalhar a marca da nossa cerveja no país”, disse Rubens, que adiantou como será a cerveja especial: “É uma cerveja tipo APA (American Pale Ale), de cor alaranjada, um pouco mais amarga que a Pilsen, que o brasileiro está acostumado a beber. Ela será cítrica, lembrando o maracujá. Combina com dois climas: quente e frio.”

Comércio também aproveita

Se no interior o forte é a indústria, na Capital é o comércio que já deu os primeiros passos, ou passes, para a Copa. Na loja de artigos esportivos no Centro de Florianópolis, Gebai Esportes, o estoque de verde e amarelo começou a ser preparada no final de 2013. “Já temos aproximadamente 2.200 peças, entre camisetas, toalhas, copos e chaveiros. Parte da nossa mercadoria vem do Estado. Esse é praticamente o nosso Natal, pois vendemos até 50% mais”, afirmou Carmete Rose André, gerente da loja.

No comércio, a torcida para o Brasil ganhar a Copa tem segundas intenções. “Na Copa passada, o Brasil foi eliminado nas quartas de final e isso prejudicou as vendas. Se o Brasil chegar à final, a população naturalmente compra mais. Inclusive os turistas estrangeiros”, disse Carmete.

Além das roupas, os adereços com cores das seleções vendem bastante em período de Copa. A franquia de lojas Bijuteria Vitória começou a vender os primeiros acessórios para a competição logo após o Carnaval. “No início de março já chegaram as primeiras bijuterias: chapéus, brincos, pulseiras. Passou o Carnaval, já começamos a pensar na Copa do Mundo”, contou Cristielli Kupas, gerente da loja.

Bom apenas para alguns setores

A Copa não trouxe mais vagas para o setor têxtil em Santa Catarina, que já tem mais de 300 mil trabalhadores na área. Para o presidente do Sintex (Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Santa Catarina), e também consultor da Hering, Ulrich Kuhn, apenas algumas empresas do setor devem se beneficiar com a competição. Ele também faz um alerta sobre como o comércio será afetado pelos feriados. “A indústria têxtil, de uma modo geral, não vê tantas oportunidades, mas algumas empresas que trabalham diretamente com grandes marcas podem ter dados positivos. Se de um lado temos empresas isoladas que trabalham isso, de outro temos uma queda de atividades comerciais nas regiões dos jogos”, projetou.

De acordo com o economista Maurício Mulinari, da Fecomércio (Federação do Comércio de Santa Catarina), a grande competição esportiva deve ajudar apenas alguns setores. “A Copa tem reflexo positivo em setores como vestuário, televisores, supermercadistas e turismo. Nos outros, não há uma perda muito grande, porque é um período naturalmente de poucas vendas. Para o comércio também é bom, pois ele se beneficia da produção local”, analisou.

 
 

 



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