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Fazenda tenta se aproximar de empresas

Veículo: Folha de São Paulo

Seção: Economia

Em uma tentativa de reaproximar o governo do setor produtivo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) convidou um grupo de representantes de 16 grandes empresas para uma reunião seguida de almoço amanhã em São Paulo.

Estão na lista de convidados nomes mais próximos do Palácio do Planalto, como Murilo Ferreira (Vale) e Jorge Gerdau (Gerdau), mas também empresários que criticaram abertamente o governo, como Pedro Passos (Natura). Juntas, as companhias representadas no encontro apuraram uma receita bruta de R$ 538 bilhões em 2012.

Editoria de Arte/Folhapress

O governo quer desfazer o mal-estar com o empresariado, que reservadamente questiona a qualidade da equipe de Dilma, inclusive do próprio Mantega. A presidente e seus ministros são criticados por ouvir pouco e agir demais, sem consultar os setores afetados pelas medidas.

Sob a ameaça de o país ser rebaixado pelas agências de classificação de risco, cujas análises balizam os custos dos empréstimos, Dilma pediu a Mantega que tivesse uma agenda pró-ativa.

Depois de estabelecida a nova meta de superavit primário (economia para pagar os juros), que foi vista como positiva por analistas, o ministro se reuniu com 12 economistas de mercado.
Agora será a vez dos empresários. Em seguida, Mantega terá uma reunião com donos e presidentes de bancos. A ideia central dos encontros é discutir a economia, falando sobre as perspectivas para investimentos, inflação e crescimento neste ano.

O objetivo do governo é repetir o modelo da reunião com os economistas, em que o ministro mais ouviu do que falou. Empresários consultados pela Folha, no entanto, não foram avisados de que se esperam suas críticas e sugestões sobre a economia. Pelo menos um dos considerados confirmados pelo ministério não sabe se vai conseguir participar.

Ferreira, da Vale, disse que pretende ouvir os colegas e entender melhor a dinâmica do encontro antes de decidir de que forma pretende expor suas questões, se realmente for levantá-las. Ele disse que não chegou a conversar com seus pares sobre o encontro.

Um tema que pretende ser abordado por pelo menos um dos empresários convidados é a tramitação da medida provisória 627, que legisla sobre a nova tributação dos lucros apurados no exterior.

Algumas empresas acreditam que, se for aprovada como está, a nova lei prioriza a arrecadação e prejudica a competitividade das multinacionais brasileiras lá fora. 

 



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