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No Ceará, apesar da alta nas importações do setor, a indústria tem mostrado recuperação ao longo de 2013

 

Conforme levantamento do Centro Internacional de Negócios (CIN), órgão ligado à Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), entre janeiro e setembro deste ano, as importações de produtos têxteis pelo Estado somaram US$ 133,3 milhões, um incremento de 15,7% em relação a igual período de 2012. Por outro lado, as exportações atingiram US$ 54,7 milhões, uma queda de 14,6% sobre o acumulado de janeiro a setembro de 2012.

 

No País, somente as importações de vestuário apresentaram aumento de 8,2% em valor, nos nove primeiros meses de 2013, ante igual período de 2012 (US$ 2,3 bilhões contra US$ 2,1 bilhões). Por sua vez, em toneladas importadas, a variação foi de 4,7% (117 mil toneladas ante 115 mil toneladas), conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

 

Já as importações do setor, incluindo matérias-primas e confeccionados, cresceram 2,4% em valor (alcançando US$ 5,07 bilhões contra US$ 4,95 bilhões), de janeiro a setembro deste ano. Por outro lado, as exportações caíram 1,9% no período (US$ 938 milhões frente a US$ 956 milhões), enquanto o crescimento do déficit na balança comercial no período foi de 3,5%, chegando a US$ 4,13 bilhões, em relação ao acumulado de janeiro a setembro de 2012.

 

O problema

 

Um dos efeitos mais imediatos do crescimento de importados é a queda da produção nacional. Conforme dados IBGE, em setembro, a produção brasileira do setor têxtil teve crescimento de 0,49% em relação a agosto.

 

Já no segmento de vestuário houve um recuo de 10,52% em relação a agosto. No acumulado de janeiro a setembro, houve diminuição de 2,49% na produção de vestuário e de 2,49% na de têxteis. Se comparada a produção de setembro de 2013 com setembro de 2012, a produção física da indústria do vestuário teve queda de 8,26% e a do segmento têxtil cresceu 2,47%.

 

"O principal problema está na falta de barreiras ou de medidas compensatórias. Você não precisa sobretaxar o produto que vem da China, mas tem que ter uma política que compense o setor local. Sem compensação, o que resta ao industrial é reduzir sua produção, gerando menos emprego", destaca o diretor de Marketing da Santana Textiles, Raimundo Delfino Neto.

 

Ceará em recuperação

 

No Ceará, apesar do crescimento das importações, a indústria de produtos têxteis tem mostrado recuperação ao longo de 2013, depois de amargar três anos seguidos de queda.

 

Conforme a pesquisa do IBGE, em setembro, houve avanço de 12,2% na produção de têxteis, frente a igual mês do ano anterior, impulsionado pela maior fabricação de fios de algodão retorcidos.

 

No segmento de vestuário e acessórios, o avanço foi de 25,7%, na mesma base de comparação, com destaque para o crescimento na produção de camisas de malha, calças compridas, bermudas e shorts (todos de uso masculino), calcinhas e sutiãs de malha, calças, bermudas e ainda shorts em geral de uso feminino. A produção destes setores também apresentou uma retomada do crescimento no acumulado entre janeiro e setembro deste ano, frente a igual intervalo de tempo de 2012. Nos nove primeiros meses de 2013, a produção industrial de têxteis registrou alta de 9,8%. Já o avanço em vestuário e acessórios foi de mais modesto: 0,41%.

 

Varejo

 

As vendas do varejo de têxtil e vestuário seguem positivas, contudo, boa parte dessa demanda interna é atendida por produtos importados. A aquisição de importados pelos brasileiros, aliás, tem crescido de um modo geral. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, a participação de importados no consumo dos brasileiros subiu 0,7 ponto percentual e alcançou 21,8% no terceiro trimestre de 2013. (DM)