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Após queda em julho, inflação da baixa renda avança em agosto, diz FGV

Veículo: Valor Econômico

Seção: Brasil

 

A inflação para a população de baixa renda avançou em agosto, após registrar queda em julho, informou nesta segunda-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que mede a variação de preços para famílias com renda de até 2,5 salários mínimos mensais, mostrou alta de 0,06% no mês passado, após registrar queda de 0,29% em julho.
 
Com o resultado do mês passado, o indicador acumula alta de 2,79% no ano e, 5,36%, nos últimos 12 meses. A FGV destaca que a inflação medida pelo IPC-C1 no mês ficou menor que a registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), que fechou o mês com alta de 0,20%.
 
De acordo com a FGV, cinco das oito classes de despesa componentes do IPC-C1 aceleraram suas taxas de variação: transportes (queda de 1,54% para queda de 0,17%);  alimentação (baixa de 0,54% para baixa de 0,22%); vestuário (recuo de 1,04% para alta de 0,42%); educação, leitura e recreação (0,48% para 0,67%); e comunicação (0,05% para 0,11%).
 
Nestes grupos, a FGV destaca os avanços das seguintes despesas:  tarifa de ônibus urbano (de queda de 2,38% para queda de 0,22%), hortaliças e legumes (recuo de 12,35% para recuo de 10,10%), roupas (baixa de 1,29% para alta de 0,36%), passagem aérea (diminuição de 11,88% para subida de 10,40%) e pacotes de telefonia fixa e internet (queda de 1,02% para aumento de 0,11%), respectivamente.
 
Por outro lado, desaceleraram as seguintes despesas: habitação (0,29% para 0,23%); despesas diversas (0,44% para 0,14%); e  saúde e cuidados pessoais (0,26% para 0,19%). Nestas classes de despesa, as principais influências partiram dos itens: equipamentos eletrônicos (0,40% para queda de 0,91%), alimentos para animais domésticos (1,69% para 0,29%) e medicamentos em geral (0,09% para variação negativa de 0,11%), nesta ordem.
 
Entre as influências individuais de alta no mês, continuaram a pesar o leite longa vida, que avançou 4,17%, ante 5,87%, em julho, as refeições em bares e restaurantes, cuja inflação passou para 0,85%, ante 0,54%, e do pão francês, que subiu 1,99% em agosto, sobre 0,37% ateriormente.
 
Dólar alto pressiona alimentos
 
O IPC-C1 do mês de agosto foi impactado principalmente por transportes e alimentação. Segundo o economista da superintendência de inflação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), André Braz, a alta do dólar já começa a impactar o preço de determinados alimentos e pode contribuir para aumento do IPC-C1. Na comparação interanual, entretanto, o economista espera que o índice continue menor do que o registrado em 2012.
 
"Esperamos um IPC-C1 para o final do ano similar à taxa observada agora, de 5,36% a 5,40%, mas isso vai depender muito da alta dos alimentos", explicou Braz. Segundo ele, os analistas estão preocupados com o efeito da alta do câmbio em alimentos derivados. Atualmente alimentos de feira em geral,como hortaliças e frutas, estão ajudando a conter o IPC-C1, e as pressões estão justamente nos alimentos mais vulneráveis ao câmbio. 
 
O primeiro grupo a sentir esta pressão, conforme mostrou Braz, foi o de panificação e biscoitos, que em julho variou 0,08%, e em agosto já subiu o preço em 1,58%. Para setembro, entretanto, outros setores devem ser impactados pela valorização do dólar, como carne bovina, que em agosto recuou 0,48%; aves e ovos que recuou 1,15%; e óleos e gorduras (queda de 1,34%). "Em setembro essas taxas vão estar mais próximas de zero ou, quem sabe, estarão até positivas, por conta desses fatores mais recentes, principalmente do câmbio.
 
Já no setor de transportes, o que pressionou foi a saída da queda de julho, quando houve recuo na decisão de elevar o preço dos ônibus. "O comportamento das passagens de ônibus, principalmente, pesam mais do que alimentos para o trabalhador contido no IPC-C1, explicou o economista. "Cerca de 7% da renda das famílias é comprometida com ônibus. O cancelamento do reajuste das passagens conteve muito a taxa do IPC-C1, assim como aqueda no preço da energia no inicio do ano".


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