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Algodão deve brilhar em safra menos rentável

Veículo: Valor Econômico

Seção: Agronegócios

Fonte: Fabiana Batista e Mariana Caetano

Cidade: São Paulo

 

A cerca de um mês do início do plantio da safra de grãos 2013/14 no Brasil - em Mato Grosso, a semeadura começará em 15 de setembro -, os produtores finalizam suas planilhas de rentabilidade e confirmam uma tendência de menor atratividade dos grãos.
 
Expectativas e números diferem a depender da região, mas em geral indicam que o algodão deverá brilhar na temporada e apresentar margens maiores que milho e soja. Mesmo que em alguns casos extremos a rentabilidade possa até cair pela metade, no conjunto das três culturas o retorno ainda será elevado, sobretudo se o clima colaborar para uma boa produtividade.
 
Em algumas regiões, como na Bahia, a pluma tem potencial para gerar resultados duas vezes maiores que os de soja e milho, cujas cotações estão em queda diante da recuperação da produção nos Estados Unidos. De forma geral, o milho deve perder área para o cultivo da pluma - que deverá crescer 22% no país, segundo a Abrapa, associação que representa os cotonicultores.
 
Mas a "regra" não vale para o cerrado baiano, por exemplo. Lá, a saca de milho vale o dobro dos preços de Mato Grosso, maior produtor brasileiro do grão, impulsionado por grandes safras de inverno. Dessa forma, o plantio de milho na Bahia tende a ser mais rentável até que o da soja, mas não a ponto de justificar a substituição da oleaginosa pelo cereal.
 
Nos cálculos do produtor Walter Horita, um dos maiores da Bahia, a rentabilidade líquida derivada da produção de milho (safra de verão) no Estado poderá chegar a R$ 1 mil por hectare em caso de produtividade de 180 sacas por hectare. O valor é potencialmente maior que o da soja, que, segundo ele, poderá render de R$ 750 e R$ 1 mil por hectare, considerando-se produtividade de 60 sacas por hectare. As projeções, que incluem custos com arrendamento, partem da premissa de que será uma safra sem problemas de clima.
 
Na safra 2012/13, lembra ele, o algodão também liderou a rentabilidade, com R$ 1 mil por hectare. Em seguida veio o milho, com R$ 750, e a soja, com R$ 500. Todas as culturas, lembra Horita, tiveram queda de produtividade entre 15% e 20% por causa da estiagem.
 
Assim, já com infraestrutura de maquinário de colheita e beneficiamento para plantar 35 mil hectares de algodão, Horita vai manter essa área, já estável há três ciclos, e ampliará o cultivo de milho para 12 mil hectares, ante os 8 mil de 2012/13.
 
 


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