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Desemprego tem primeira alta desde 2009 na comparação anual

Veículo: Folha de São Paulo
Seção: Mercado
 
PEDRO SOARES, DO RIO
 
Para o IBGE, os dados de junho do mercado de trabalho são "frustrantes", embora não se possa falar em alta do desemprego de maio para junho, quando a taxa oscilou dentro da margem de erro --de 5,8% para 6%.
 
Desemprego sobe em junho e indica tendência de alta
 
Cimar Azeredo Pereira, coordenador do IBGE, disse que o pequeno aumento "não significa um aumento do desemprego, mas estabilidade". A frustração, afirma, advém do fato de que é esperado para junho uma melhora de cenário, com abertura de vagas após a dispensa de temporários no começo do ano.
 
Quando comparado com junho de 2012, a taxa de desemprego interrompeu uma tendência de queda na comparação anual e pela primeira vez desde 2009 ficou numericamente um pouco acima (estável para o IBGE) dos 5,9% de junho do ano 
 
Diante desse resultado e sem uma geração forte de vagas, a criação de empregos fez frente apenas ao crescimento vegetativo da população. Com isso, o total de empregados não cedeu e se manteve em 1,5 milhão.
 
Para a LCA, o resultado de junho está acima do previsto e consiste "em mais um sinal de moderação no mercado de trabalho", avaliação reforçada com os dados de junho.
 
Veja a taxa de desemprego na comparação com o mesmo período de anos anteriores:
 
MÊS/ANO TAXA (EM %)
jun/02 11,6
jun/03 13
jun/04 11,7
jun/05 9,4
jun/06 10,4
jun/07 9,7
jun/08 7,9
jun/09 8,1
jun/10 7
jun/11 6,2
jun/12 5,9
mai/13 5,8
jun/13 6
INDÚSTRIA
 
Outro ponto de frustração do mercado de trabalho foi o fraco desempenho da indústria, especialmente em São Paulo, maior parque fabril do país. Ao todo, 120 mil vagas foram cortadas na indústria de maio para junho --uma queda de 3,3% de um mês para o outro. Desse total, 63 mil dispensas foram registradas na região metropolitana de São Paulo.
 
Tal resultado, diz, pode "ecoar" nas demais regiões nos meses seguintes. "A indústria caiu num mês em que se esperava melhoria", disse Pereira.
 
RENDIMENTO
 
Para a LCA, o crescimento do rendimento de apenas 0,8% na comparação com junho de 2012 indica "mais um resultado modesto, em um movimento de enfraquecimento dos ganhos reais que vem sendo observados desde dezembro de 2012".
 
O enfraquecimento da renda, diz a consultoria, ocorre num período de inflação maior nos últimos 12 meses e de um reajuste menos intenso do salário mínimo neste ano.
 
MÊS/ANO RENDIMENTO (EM R$)
jun/02 1.671,00
jun/03 1.456,44
jun/04 1.440,49
jun/05 1.437,69
jun/06 1.532,26
jun/07 1.572,68
jun/08 1.599,30
jun/09 1.646,77
jun/10 1.702,05
jun/11 1.770,14
jun/12 1.854,13
mai/13 1.872,03
jun/13

1.869,20

 

CAGED
 
Segundo dados do Caged divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho, o país criou 124 mil empregos com carteira assinada em junho, crescimento de 3% frente ao registrado no mesmo mês do ano passado.
 
Houve avanço em relação a maio, quando foram criadas 72 mil vagas. O saldo no acumulado no primeiro semestre, contudo, mostrou que o ritmo de geração de vagas vem caindo frente a anos anteriores.

 



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