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Brasil tem de ser cuidadoso com estímulos macroeconômicos, diz FMI

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil
 
Por Sergio Lamucci | Valor
 
WASHINGTON  -  A economia brasileira está atualmente perto do seu nível de crescimento potencial e o país deve ser cuidadoso com medidas de estímulo macroeconômico, disse nesta terça-feira o chefe da divisão de estudos econômicos mundiais do Fundo Monetário Internacional (FMI), Thomas Helbling.
 
“O crucial é tomar medidas para estimular o PIB potencial, como as PPPs (parcerias público-privadas) na área de infraestrutura”, afirmou ele, para quem o Brasil tem crescido pouco devido a limitações de oferta, como gargalos de infraestrutura e no mercado de trabalho.
 
Helbling observou que a inflação brasileira acumulada em 12 meses está acima do teto da meta, de 6,5%. “Usar estímulos monetários adicionais seria errado”, disse o economista, que participou de entrevista coletiva sobre a atualização de projeções do relatório “Panorama da Economia Global” (WEO, na sigla em inglês).
 
No front fiscal, o governo deve manter o compromisso com a meta de superávit primário, disse ele. “Houve algum afrouxamento no ano passado, com reduções de impostos, e a expectativa é que o superávit fique um pouco abaixo também neste ano, o que parece correto, desde que volte para cima depois”.
 
O FMI reduziu a estimativa de crescimento do Brasil para 2013 de 3% para 2,5% e a de 2014 de 4% para 3,2%. Segundo Helbling, o crescimento do Brasil tem sido baixo, depois de uma década de expansão a taxas mais elevadas.
 
Após esse período, apareceram restrições de infraestrutura e do mercado de trabalho. Ele notou que o FMI espera uma melhora do crescimento neste ano em relação a 2012, quando a economia avançou 0,9%, baseado no que ocorreu no primeiro trimestre e também com o que vimos até o momento. 
 
Na entrevista, o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, notou que o Brasil tem uma taxa de investimento muito baixa, o que é um problema tanto do ponto de vista da demanda, num primeiro momento, quanto para a oferta, no médio prazo, já que isso limita a expansão da capacidade produtiva. Ele também ressaltou a importância de o país tomar medidas para impulsionar o crescimento potencial (aquele que não provoca pressões inflacionárias).
 
Ao comentar os protestos que tomaram as ruas no Brasil e outros países emergentes nas últimas semanas, Helbling disse que esses fatores não foram levados em conta pelo FMI na revisão de suas previsões. Segundo ele, as manifestações parecem se dever a um conjunto de fatores. No Brasil, parecem relacionados à questão dos serviços públicos, um ponto que a presidente Dilma Rousseff prometeu abordar, afirmou Helbling.
 


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