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Brasil exige fim de travas argentinas para negociar acordo automotivo

Veículo: Folha de São Paulo
Seção: Economia
 
RAQUEL LANDIM, DE SÃO PAULO
 
O Brasil deu um ultimato à Argentina: não vai negociar a renovação do acordo automotivo, enquanto o sócio do Mercosul mantiver barreiras burocráticas às importações brasileiras em vários setores.
 
O endurecimento da posição atrapalhou a prorrogação do atual acordo, que expirou na sexta-feira passada. A expectativa anterior era que o acordo fosse prorrogado sem mudanças no dia 12, durante reunião do Mercosul no Uruguai.
 
Segundo a Folha apurou, o assunto deve ser tratado entre as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, mas não há uma grande expectativa de alcançar um entendimento agora. O clima político não favorece concessões de ambos os lados.
 
Editoria de Arte/Folhapress
 
A principal reclamação do Brasil é a exigência pela Argentina de uma "declaração juramentada antecipada de importação". Esse documento é necessário para liberar a entrada de vários produtos.
 
Empresários de setores como calçados, linha branca, têxteis, plásticos e alimentos reclamam que os argentinos usam a exigência para controlar as importações.
 
O Brasil está preocupado com o fraco desempenho da balança comercial, que acumula deficit de US$ 3 bilhões no primeiro semestre. A venda para a Argentina, principal cliente para manufaturados, cresceu 7,2% no período.
 
PRESSÃO
 
A Argentina vem pressionando o Brasil a aprovar regras que incentivem a produção de autopeças em seu território. O acordo automotivo regula o comércio de veículos e peças entre os dois países. Foi assinado em 1995 e renovado diversas vezes.
 
Uma das demandas argentinas é que etapas de produção no país também sejam aceitas no Inovar Auto, novo regime automotivo brasileiro que dá vantagens fiscais às montadoras que produzirem em território nacional.
 
 
Mas não deve haver grande impacto no comércio bilateral, porque as montadoras não vão alterar investimentos e deslocar produção de um país para o outro sabendo que o livre comércio é apenas temporário.
 
Além disso, os dois lados não estavam utilizando toda a "cota" permitida para a troca de veículos sem pagar o Imposto de Importação.


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