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Indústria "destoa" e abre 65% mais vagas formais que no começo de 2012

 

 
Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil
 
 
Por Eduardo Campos e Lucas Marchesini | De Brasília
 
No acumulado de janeiro a abril deste ano o país criou 549 mil vagas, número 22% menor que em igual período do ano passado. Enquanto a maioria dos setores criou menos vagas do que nos primeiros quatro meses de 2012, a indústria andou na contramão e encerrou o período com saldo positivo de 153,9 mil empregos, número 65% superior ao do início de 2012.
 
Enquanto a indústria contratou proporcionalmente mais, serviços abriram vagas em um ritmo mais lento e o comércio fechou muito mais vagas do que nos primeiros meses do ano passado, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, divulgados ontem. Serviços e varejo respondem à renda e podem estar sendo diretamente afetados pelo crescimento menor dos salários e pela inflação crescente, que corrói o poder de compra das famílias.
 
 
Em, abril, a desaceleração no mercado de trabalho já foi menor. A economia brasileira criou 196,9 mil vagas formais, resultado 9,25% inferior ao do mesmo mês do ano passado, na série sem ajuste, ou seja, sem considerar os dados que as empresas enviam fora do prazo.
 
Dos 12 ramos que compõe a indústria de transformação, onze apresentaram alta do emprego em abril, segundo o Caged. O setor como um todo gerou 40,6 mil postos de trabalho no mês passado, como saldo entre contratações e demissões. Desse total, o maior aumento foi na indústria química, com 13,3 mil novos empregos formais no mês, atingindo o segundo melhor desempenho para meses de abril. Em seguida, vem a indústria de produtos alimentícios, com 6, mil novos postos de trabalho, e a indústria têxtil (5,3 mil novas vagas).
 
Os três setores tiveram parte ou a totalidade das suas atividades desoneradas de uma série de tributos federais desde o ano passado. Entre as vantagens adquiridas, está a desoneração da folha salarial, que substitui a contribuição patronal de 20% sobre a folha salarial por uma alíquota de 2% sobre o faturamento. A indústria têxtil, por exemplo, já pratica essa substituição tributária desde meados de 2012. A indústria de material elétrico e comunicação foi o único ramo com fechamento líquido de vagas. Foram 154 postos de trabalho a menos em abril.
 
Olhando os dados do quadrimestre na indústria, os setores com aumento mais expressivo do emprego são aqueles mais diretamente ligados ao investimento. A indústria mecânica contratou 130% mais, enquanto a metalúrgica aumentou seu saldo de contratações em 65% e o setor de material de transporte, que inclui caminhões e máquinas agrícolas além de automóveis, criou 19 mil novas vagas, muito mais do que as 369 dos primeiros quatro meses de 2012.
 
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, avaliou que a abertura de 196 mil postos formais de emprego em abril foi um "aumento expressivo", mesmo esse sendo esse o pior resultado para os meses de abril desde 2009, e uma queda de 9,25% sobre a geração de vagas de abril do ano passado. Para ele, "o país está em recuperação e o emprego está em recuperação".
 
Entre as 27 unidades da Federação, 21 delas registraram aumento de emprego com carteira assinada no mês de abril.
 


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