Notícias
Empresas na Bolsa brasileira lucram 12,3% menos no 1º trimestre do ano
Veículo: Folha de São Paulo
Seção: Mercado
ANDERSON FIGO, COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As empresas listadas na Bolsa brasileira lucraram 12,3% menos no primeiro trimestre deste ano que no mesmo período de 2012, segundo levantamento da Economatica divulgado nesta segunda-feira (20).
Foram analisados os lucros de 320 empresas que, juntos, somaram R$ 40,2 bilhões entre janeiro e março deste ano. Um ano antes, este valor havia sido de R$ 45,8 bilhões.
Dos 21 setores considerados na pesquisa, 10 tiveram crescimento nos lucros na comparação anual, liderados pelo setor de comércio, cujo ganho passou de R$ 351,6 milhões no primeiro trimestre de 2012 para R$ 514,2 milhões entre janeiro e março este ano -- alta de 46,24%.
Apesar dos grandes bancos terem apresentado um crescimento modesto nos lucros no início deste ano, ou até queda, como o Santander, o setor bancário continua sendo o mais lucrativo.
O ganho das 24 instituições financeiras analisadas no levantamento totalizou R$ 11,55 bilhões no primeiro trimestre deste ano, ante R$ 11,53 bilhões vistos um ano antes.
As empresas siderúrgicas e metalúrgicas tiveram o pior desempenho nos lucros no período, com queda de 84,12%, passando de R$ 374,6 milhões para R$ 59,5 milhões.
Nº de empresas | Setor | Lucro 1º tri 2012, em R$ milhões | Lucro 1º tri 2013, em R$ milhões | Variação, em % |
---|---|---|---|---|
24 | Bancos | 11.532.710 | 11.559.033 | +0,23 |
6 | Petróleo e gás | 9.328.540 | 7.054.447 | -24,38 |
6 | Mineração | 6.795.022 | 6.147.748 | -9,53 |
36 | Energia elétrica | 5.233.251 | 3.258.207 | -37,74 |
73 | Outros | 3.196.529 | 3.227.861 | +0,98 |
14 | Alimentos e bebidas | 2.683.155 | 2.984.760 | +11,24 |
7 | Telecomunicações | 2.023.514 | 1.568.991 | -22,46 |
11 | Transporte e serviços | 622.362 | 828.168 | +33,07 |
4 | Software e dados | 625.077 | 705.217 | +12,82 |
18 | Comércio | 351.623 | 514.220 | +46,24 |
20 | Construção | 507.101 | 446.897 | -11,87 |
9 | Química | 380.992 | 427.092 | +12,10 |
9 | Locadora de imóveis | 814.273 | 373.501 | -54,13 |
5 | Papel e celulose | 513.742 | 258.580 | -49,67 |
6 | Eletroeletrônicos | 218.336 | 241.417 | +10,57 |
26 | Textil | 201.173 | 226.678 | +12,68 |
4 | Máquinas industriais | 161.738 | 161.681 | -0,04 |
17 | Veículos e peças | 210.378 | 96.485 | -54,14 |
18 | Siderurgia e metalurgia | 374.651 | 59.511 | -84,12 |
3 | Agronegócio e pesca | 48.734 | 57.596 | +18,18 |
4 | Minerais não metais | 41.688 | 29.865 | -28,36 |
Entre as empresas, a Petrobras foi a que teve maior lucro entre janeiro e março deste ano, de R$ 7,693 bilhões, queda de 16,51% em relação ao valor visto um ano antes.
Completam o ranking dos cinco maiores lucros no período a Vale (R$ 6,2 bilhões), o Itaú Unibanco (R$ 3,48 bilhões), o Bradesco (R$ 2,92 bilhões) e o Banco do Brasil (R$ 2,56 bilhões).
Já entre as companhias com os piores prejuízos no período, destaque para o grupo EBX, de Eike Batista, que atravessa uma crise de confiança após não conseguir cumprir com promessas.
A OGX encabeça a lista, com perda de R$ 798,8 milhões no primeiro trimestre, seguida por MPX (prejuízo de R$ 250,9 milhões), Celesc (prejuízo de R$ 180,73 milhões), Usiminas (prejuízo de R$ 153,6 milhões) e Cobrasma (prejuízo de R$ 138 milhões).
SAIBA ANALISAR
Embora os lucros das empresas na Bolsa brasileira estejam menores, especialistas consultados pela Folha lembram que os investidores devem ficar atentos a outros fatores na hora de investir em ações.
A perspectiva para o setor que a companhia atua é um desses fatores.
Pedro Galdi, analista da SLW Corretora, lembra que as empresas voltadas ao consumo doméstico, como as dos segmentos de educação e varejo, tiveram bom desempenho de janeiro a março.
"É preciso buscar dados sobre a situação da empresa. Mesmo que o lucro dela tenha caído, é preciso considerar se ela está inserida em um setor promissor, com grande espaço para crescimento", diz o analista.
Muitas trazem essas informações em seus sites na internet, na área de relação com o investidor. Também é possível pedir dados à corretora que vai fazer a intermediação do negócio.
Para quem já possui ações dessas empresas, o educador financeiro Mauro Calil recomenda ter calma e esperar.
"O investidor que tem condições de deixar o dinheiro investido em um prazo mais longo, o que é o ideal para quem está na Bolsa, deve verificar se existe potencial de lucro da empresa após o prejuízo. Se houver chance de isso acontecer, o recomendável é permanecer com ação", diz Calil.
Isso porque, se esperar uma recuperação e ela ocorrer, o aplicador reverte as perdas do momento.
Compartilhe:
<< Voltar