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Empresas de Blumenau e região encontram no Paraguai saída mais competitiva para aumentar a produção

Veículo: Jornal de Santa Catarina

Seção: Economia
 
A visita de três empresários paraguaios semana passada a Blumenau e região confirma uma tendência nacional: o interesse econômico pelo país vizinho. As parcerias comerciais ainda são pontuais, mas a cada dia se abrem novas portas. 
 
Os motivos enumerados pelos empreendedores daqui vão desde os custos mais baixos de produção no Paraguai — como energia elétrica mais barata e menor tributação fiscal —, até as questões internas vividas pelo país, que retomou o caminho da estabilidade política e econômica, apresentando os maiores índices de crescimento do Mercosul.
 
As primeiras negociações na região ocorreram há cerca de cinco anos, em especial com o ramo têxtil. Há, pelos menos, quatro empresas do Vale produzindo no Paraguai — Fiobras e Fiação Schultz, de Indaial, Bella Janela, de Blumenau, e Brandili, de Apiúna. No Brasil, este número pode chegar a 50. 
 
As parcerias, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, não interferem na produção local e não significam a transferência definitiva das empresas. Para ele, o Paraguai é uma expansão dos negócios, e buscar alternativas economicamente viáveis faz parte da lei de mercado:
 
— Hoje, há um processo de não crescimento das atividades de mão de obra intensiva em Blumenau. Dificilmente se cresce aqui, seja por falta de mão de obra, seja pelo alto custo da produção. Não precisa ir para o Paraguai, pode ser qualquer lugar, mas é importante fortalecer o país vizinho.
 
Problemas para desenvolvimento do bloco
 
Para o professor do curso de Comércio Exterior da Furb, Johnny Sanchez, a logística ainda é um problema para o desenvolvimento do bloco. Segundo ele, há um projeto no BNDES para construção de uma ferrovia do Eixo de Capricórnio, que ligaria o Paraguai ao Porto de Paranaguá, no Paraná, indo até o Rio Grande do Sul. O projeto, que está parado, facilitaria o trabalho dos países e aumentaria a competitividade.
 
— Outro problema é do ponto de vista diplomático, pois não há uma discussão dos assuntos do bloco (Mercosul). Hoje, está tudo parado, os projetos não vão para frente. Há pouca gente trabalhando para realmente fazê-lo forte — complementa Sanchez.


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