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Câmbio paralelo cresce na Argentina

 

Veículo: Valor Econômico
Seção: Internacional
 
De Buenos Aires
 
O fenômeno do câmbio negro na Argentina já dá sinais de estar afetando a economia formal do país. Na arrecadação tributária federal de março, divulgada anteontem, o imposto cobrado sobre transações financeiras, conhecido no país como "imposto do cheque", variou em termos reais muito abaixo da inflação estimada para a Argentina no último ano.
 
A receita com este imposto, que representa 6% da arrecadação total, cresceu nominalmente 20,5% em março, em relação ao mesmo período de 2012. A inflação estimada por consultorias privadas na Argentina é de 25% ao ano (o dado oficial, de 10%, tem credibilidade contestada). O tributado sobre transações financeiras foi um dos dois únicos cobrados na Argentina que não teve aumento real.
 
O outro imposto cuja arrecadação diminuiu foi o cobrado sobre as exportações, que teve queda nominal de 32,3%. Este era um resultado esperado: muitos exportadores de grãos anteciparam vendas no final do ano passado e apenas 9% da safra deste ano de soja foi colhida até agora. Isso derrubou a arrecadação do tributo em março.
 
"Já o crescimento baixo do imposto do cheque mostra que aumentou a parte do dinheiro circulante na Argentina que está sendo retirada do mercado formal", disse Jorge Vasconcelos, economista do Ieral, instituto de pesquisas vinculado a industriais da região de Córdoba, no centro do país. Entre março de 2012 e o último, a emissão monetária se expandiu 37%.
 
Em termos globais, a arrecadação federal argentina cresceu nominalmente 24,6% em março, para 60,8 bilhões de pesos argentinos, ou cerca de US$ 12 bilhões. O resultado representou uma desaceleração, já que há um ano o crescimento da arrecadação era de 29%, em relação a março do ano anterior.
 
Segundo Vasconcelos, o desempenho da arrecadação federal deve crescer ao longo do ano, à medida em que avança a colheita de soja.


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