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Índice da Fipe sobe, puxado por preços de vestuário e alimentos

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil

Por Francine De Lorenzo | De São Paulo

A inflação na cidade de São Paulo sofreu, em novembro, forte influência da proximidade das festas de fim de ano, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,68% no mês passado, puxada por alimentação, despesas pessoais e vestuário, que juntos responderam por 75% da alta no período.

Apesar de terem desacelerado entre outubro e novembro, com os aumentos de preços passando de 2,04% para 0,89%, os alimentos permaneceram como a principal influência sobre a inflação. Enquanto os reajustes em produtos in natura e semielaborados perderam força no período, as altas em industrializados e alimentação fora de casa ganharam ritmo.

"Isso é resultado do aumento da demanda de fim de ano, que permite uma maior elevação de preços", diz o coordenador do IPC-Fipe, Rafael Costa Lima. Os derivados de carnes se destacaram entre os produtos que ficaram mais caros entre outubro e novembro, registrando alta de 6,13%. As aves e os suínos, frequentemente presentes nas ceias de Natal e Ano Novo, também ficaram mais caros. O frango subiu 2,59%, após aumento de 1,71% em outubro, enquanto os suínos foram reajustados em 2,76% em novembro.

Os aumentos anularam a queda de 0,89% nas carnes bovinas, que em outubro haviam subido 3,88%. "Esse recuo se deve ao fim do efeito do confinamento do gado", diz Costa Lima, comentando que ainda é cedo para se falar em reflexos da devolução das altas nos grãos, já observada no atacado.

A alimentação fora de casa, que já havia subido 1,05% em outubro, avançou mais 2,13% em novembro, dando força ao reajuste dos serviços, que foi de 0,71% no mês passado. Desde julho que o aumento nos serviços não ultrapassava a alta do IPC. Costa Lima afirma que tal aceleração é sazonal e a tendência é que permaneça em dezembro, puxada pelos serviços pessoais.

Passagem aérea e pacotes de viagens foram os itens que mais impactaram a inflação no mês passado, ao subirem 10,87% e 4,62%, respectivamente. Com isso, o grupo despesas pessoais teve aceleração de 0,88% em outubro para 1,64% em novembro.

Os reparos domésticos também ficaram mais caros (1,32%), com os serviços de pedreiro aumentando 1,49%. "Aparentemente muitos consumidores decidiram reformar a casa neste fim de ano", diz Costa Lima. Com isso, o grupo habitação teve alta de 0,32% em novembro, inferior, porém, ao avanço de 0,51% visto no mês anterior.

Ainda que o IPC tenha desacelerado de 0,80% em outubro para 0,68% em novembro, a inflação continua bastante espalhada pela economia. O índice de difusão, que mede a quantidade de produtos que tiveram elevação de preços, ficou em 65,38% em novembro, maior patamar para o mês desde 2004. "A inflação continua forte e tende a ser mais difícil de controlar", diz Costa Lima.

Para dezembro, a Fipe projeta elevação de 0,64% no IPC, levemente menor que a alta de 0,68% de novembro. Segundo Costa Lima, assim como no mês passado, em dezembro a inflação será puxada por alimentos, despesas pessoais e vestuário.



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