Notícias

Indústria de Santa Catarina dá férias apesar do cenário morno deste ano

 

Veículo: Diário Catarinense
Seção: Economia
 
Expectativa é de que cerca de 550 mil trabalhadores tenham descanso e injetem dinheiro na economia
 
Na Tuper, de São Bento do Sul, apenas as áreas operacionais, de apoio e a linha de produção com banco de horas conseguem ter folga no fim do ano
 
 
As férias coletivas são um termômetro da produtividade industrial. Neste ano, apesar do setor ter registrado um ano morno e com desempenho perto do zero, a maioria das indústrias de SC terá férias coletivas. A expectativa é de que cerca de 550 mil trabalhadores tenham folga, mantendo o cenário de 2011.
 
No setor metalmecânico de Jaraguá do Sul, a maior parte das empresas, incluindo a WEG, dará férias coletivas de, no máximo, 20 dias, começando no Natal. O presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica de Jaraguá do Sul, Célio Bayer, afirma que o cenário é o mesmo de 2011.
 
— A indústria de transformação está estagnada. As áreas comerciais e de cobrança continuam trabalhando, em algumas empresas, mas as linhas de produção e os seus gestores param em sua maioria — diz.
 
As férias coletivas são uma decisão de cada empresa. O presidente da Câmara de Relações Trabalhistas da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Durval Marcatto Júnior, explica que as empresas do setor alimentício estão no auge da sua produção no final do ano, portanto, não conseguem parar.
 
Já as do setor têxtil passam por um intervalo produtivo nessa época, quando a coleção de verão já está pronta e os pedidos de inverno ainda nem começaram a serem feitos.
 
Os sindicatos das indústrias têxteis de Blumenau e de Brusque informaram que a maioria das empresas, cerca de 90% delas, vão parar no final do ano. No entanto, por um curto período. Em Blumenau, as férias vão de 10 a 20 dias. E, em Brusque, são de apenas 10 dias.
 
Na Tuper, de São Bento do Sul, as atividades produtivas são tão diversificadas que a empresa não consegue praticar as férias coletivas. Segundo o diretor de RH da Tuper, Roberto Dobrochinski, só as áreas operacionais e de apoio ou a linha de produção que organizou o seu banco de horas é que conseguem aproveitar as festas de final de ano sem trabalhar.
 
Comércio é beneficiado com medida
 
As férias coletivas são um reflexo das demandas do mercado, mas também impactam a economia, em atividades como comércio e serviços. A indústria de transformação emprega, hoje, 650.255 funcionários em SC, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
 
E, de acordo com a Fiesc, a maior parte das empresas do Estado darão férias coletivas. Serão milhares de trabalhadores gastando dinheiro em um período naturalmente aquecido no comércio: as festas de final de ano.
 
Sérgio Medeiros, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL), acredita que a combinação dos dias de folga nas indústrias com o 13o salário o e adiantamento de férias alavancam as vendas de final de ano.
 
— As férias coletivas são um momento interessante para o comércio. Além de estarem com dinheiro no bolso, as pessoas estão em um momento de descanso, e aproveitam para sair e comprar — diz Medeiros.
 
O presidente da FCDL aposta que os campeões de venda, entre os trabalhadores, serão itens de vestuário e eletrodomésticos da linha branca, que continuam com o IPI reduzido. Já a venda de automóveis, segundo ele, não deverá sofrer impacto.
 
— As férias coletivas não influenciam a decisão do trabalhador na compra de um carro, por exemplo, porque este bem tem um valor muito elevado. Esse público costuma se planejar com antecedência para compras como essa — explica.
 
O varejo, que passa por um período de desaceleração, registrou o primeiro faturamento positivo na relação com o ano passado somente no mês de outubro, quando avançou 4,7% nas vendas.
 
Janaina Cavalli
janaina.cavalli@diario.com.br

 



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar