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Fipe revê para cima projeção de IPC

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) aumentou de 4,8% para 5% sua previsão de avanço em 2012 no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo. A revisão, de acordo com o coordenador do IPC-Fipe, Rafael Costa Lima, se deve principalmente à aceleração além do esperado nos preços em outubro, aliada à perspectiva de inflação pressionada em novembro e dezembro.

No mês passado, o IPC-Fipe subiu 0,80%, ultrapassando a estimativa de 0,60% para o período, realizada pela instituição no fim de setembro. Essa foi a maior variação mensal desde janeiro de 2011, quando o indicador subiu 1,15%. Com isso, a inflação acumulada nos 12 meses encerrados em outubro chegou a 4,85%. "Em apenas dois meses tivemos um acréscimo de 0,75 ponto percentual no IPC. É um avanço bastante significativo", observou Costa Lima, lembrando que em agosto, a inflação acumulada em 12 meses era de 4,10%.

Ontem, ao apresentar os resultados do IPC-Fipe, Costa Lima ressaltou que a alta do indicador em outubro foi puxada pelo grupo alimentação, que saiu de 1,74% em setembro para 2,04% no mês passado, respondendo por mais da metade da inflação no período. Ele, entretanto, disse que a inflação está bastante espalhada, atingindo 65,8% dos itens pesquisados em outubro - o maior percentual desde dezembro de 2011.

Costa Lima destacou que os alimentos já dão sinais de desaceleração. Na comparação semana a semana, a inflação de alimentos perdeu ritmo, uma vez que a alta na terceira quadrissemana de outubro foi de 2,28%, menor que o indicador fechado do mês. "Desde agosto a alimentação vem pressionando e, agora, parece dar algum alívio. Mas ainda deveremos ter uma variação significativa em novembro."

Pelos seus cálculos, os alimentos podem subir 1,5% neste mês, ainda representando a maior fonte de pressão sobre o IPC, cuja projeção para novembro é de 0,68%.

Se confirmada a estimativa de alta de 0,68% no IPC em novembro, a trajetória de aceleração na inflação na cidade de São Paulo será interrompida, após três meses consecutivos de incremento no ritmo de alta dos preços. Além dos alimentos, a Fipe também espera menor pressão em habitação, com a alta de 0,51% vista em outubro sendo reduzida pela metade em novembro, para 0,26%.

O arrefecimento nesses grupos seria suficiente para compensar a aceleração prevista em outros quatro conjuntos de preços: transportes (de 0,38% para 0,40%), despesas pessoais (de 0,88% para 1,06%), saúde (de 0,21% para 0,46%) e vestuário (de -0,17% para 0,57%). Educação, segundo a Fipe, deve manter neste mês a alta de outubro, de 0,03%.

"Em dezembro, a inflação não deve mudar muito, ficando entre 0,60% e 0,70%", estima Costa Lima. Neste ano, o IPC-Fipe acumula alta de 3,59%, sendo que as maiores pressões sobre o indicador derivam de alimentação e educação, que subiram 7,81% e 7,76% no período, respectivamente.

De forma geral, o aumento nos serviços na cidade de São Paulo tem se mantido abaixo da inflação. De janeiro a outubro, o reajuste médio foi de 3,48%. Em apenas três meses neste ano a inflação de serviços superou o IPC.
 

 



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