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Teka pretende renegociar dívida de R$ 458 milhões

Veículo: Valor Econômico
Seção: Empresas

Com pedido de recuperação judicial feito na sexta-feira, a fabricante têxtil Teka pretende renegociar compromissos financeiros de R$ 458 milhões, segundo presidente da companhia Marcello Stewers. Os credores são bancos, ex-funcionários e fornecedores da empresa.

A fabricante de produtos de cama, mesa e banho catarinense não encerra um exercício no azul há onze anos e tinha patrimônio líquido negativo de R$ 780,9 milhões ao fim de junho.

A crise da companhia começou em 2003. Empresas estrangeiras começaram a crescer no mercado nacional, motivadas pela apreciação do Real. De lá pra cá, as exportações da Teka, que representavam 35% do seu volume vendido, caíram para 3%.

No ano passado, a agonia da empresa ficou crítica. O faturamento caiu 17,6% sobre 2010, para R$ 340 milhões, e os bancos restringiram crédito diante da eclosão da crise, diz Stewers. Meses antes, a Buettner, do mesmo setor da Teka, pediu recuperação judicial.

A Teka então recorreu à KPMG para formatar um plano de negócios e fechou um acordo com o fundo Global Emerging Markets (GEM), cujo modelo de capitalização é polêmico, envolvendo a venda de ações emprestadas pelo controlador. "Tentou-se no mercado de capitais um aporte de R$ 110 milhões, mas na primeira tranche, por circunstâncias mercadológicas, captamos menos de R$ 22 milhões", disse a Teka, por e-mail.

Stewers se recusa a falar mais sobre o negócio como GEM. O executivo era vice-presidente e diretor de relações com investidores da Teka, quando assumiu a presidência executiva da companhia há pouco mais de um mês. Ele ficou no lugar de Frederico Kuehnrich Neto, que pertence a família de origem alemã fundadora do negócio.

Nos últimos meses, a Teka precisou reduzir seu portfólio de produtos, fechar fábricas e demitir mil colaboradores para manter os demais 2500 empregos e continuar a operação.

As dificuldades de arcar com as rescisões dos demitidos e os débitos com fornecedores deixaram a empresa sem saída, senão a de pedir recuperação judicial. Os passivos que entram no rol de renegociação do processo não incluem tributos, adiantamentos sobre contrato de câmbio (ACCs) e adiantamentos sobre cambiais entregues (ACEs), tampouco alienação fiduciária.

Ao fim de junho, a Teka tinha obrigações financeiras de R$ 977,4 milhões com vencimento no curto prazo. Desse total, R$ 237,8 milhões referente a empréstimos e financiamentos. As pendências sociais e trabalhistas somavam R$ 107,9 milhões e o débito com fornecedores, R$ 85,25 milhões.

Stewers espera que a Justiça se pronuncie sobre a aceitação do processo em até três dias. Por enquanto, as negócios com ações da Teka foram paralisadas pela bolsa. (Colaborou Téo Takar)
 



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