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Recuperação do setor têxtil ainda depende de ajuste de custo, diz Abit

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil

SÃO PAULO - A competição pelos mercados interno e externo de produtos têxteis e de confecções requer uma série de mudanças e ajustes nos custos nacionais de produção, disse nesta quarta-feira o diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel. “Não será com duas ou três medidas que o setor voltará a crescer”, afirmou, referindo-se às iniciativas tomadas pelo governo neste ano, como a desoneração da folha de pagamentos.

Mas Pimentel ponderou que a desoneração, o adiamento do pagamento do PIS/Cofins, o Reintegra e a manutenção do câmbio em R$ 2,00 vão contribuir para melhorar o ambiente de negócios do setor. “As compras governamentais também são relevantes. Mas todas essas medidas não possuem efeito imediato, é tudo um processo”, afirmou durante seminário sobre comércio exterior realizado na Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham).

Segundo o diretor da Abit, o cenário de desaceleração do crescimento mundial tem levado a uma disputa maior por mercados domésticos com bom crescimento, como o brasileiro. Por isso, é válida a tentativa do governo de proteger a indústria não apenas com medidas de defesa comercial mas criando chances para que ela tenha um produto mais competitivo.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que apesar de o varejo de vestuário ter crescido 2,6% entre janeiro e agosto a produção do segmento caiu 11,5%. A diferença entre comércio e produção tem sido atendida por produtos importados. A Abit tem defendido, inclusive, que o setor têxtil precisa de um regime tributário específico e competitivo como existe em outros países concorrentes.

Para Pimentel, será necessário tempo para que se avalie o alcance das medidas anunciadas pelo governo recentemente. “O governo está na direção correta com o Plano Brasil Maior, mas parece que ele sempre deixa uma casca de banana e impedindo que o tal do espirito animal chegue aos empresários. Os 2,5% de juros para compra de máquinas e equipamentos do BNDES é um grande estímulo para investir. Nunca vi juros tão baixos. Mas você não investe só porque a taxa de juros está baixa. É preciso ter projeção de crescimento, coisa que não há hoje. Por isso é necessário que esperemos um tempo.”
 



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