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Verba para investir na indústria cai 18,9%

Veículo: Folha de S. Paulo
Seção: Mercado


Dados do BNDES apontam redução nos desembolsos no 1º semestre, em comparação com igual período de 2011

Áreas de metalurgia, petroquímica, vestuário e alimento e bebida estão entre as que tiveram maiores reduções
VENCESLAU BORLINA FILHO
DO RIO

A desaceleração da economia e o clima de incerteza gerado pela crise internacional derrubaram os recursos para investimento na indústria, no primeiro semestre, para o menor nível desde 2010.

Dados do BNDES -principal financiador do investimento no país- apontaram queda de 18,9% nos desembolsos ao setor ante o mesmo período do ano passado.

Os segmentos de metalurgia básica, extrativa, química e petroquímica, têxtil e vestuário, alimento e bebida e material de transporte tiveram a maior redução.

"A retração na economia e o cenário de crise fizeram com que os investimentos planejados perdessem fôlego", diz o professor da FGV Emerson Marçal.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, deve fazer um balanço com os dados do semestre na próxima semana. Até lá, a expectativa é que outros indicadores possam minimizar a queda.

Os setores agropecuário e de infraestrutura também registraram queda -respectivamente, de 9,6% e 6,9%, no volume de recursos repassados pelo banco, segundo os dados obtidos pela Folha.

Somando os desembolsos aos dois principais setores econômicos -indústria e infraestrutura-, a queda foi de 12,4% na comparação com o primeiro semestre de 2011.

Nos desembolsos gerais, a queda no semestre foi de 3,7%, para R$ 53,5 bilhões.

No setor de infraestrutura, a queda maior foi nos desembolsos para a área de transportes, que abrange investimentos em ferrovias e rodovias e atividades auxiliares.

O único setor que registrou aumento nos desembolsos foi o de comércio/serviços. A alta no primeiro semestre foi de 33,5%, para R$ 13,8 bilhões, na comparação com o mesmo período de 2011.

Para Marçal, o setor é favorecido pela manutenção do emprego e da renda dos trabalhadores.

O setor ainda é formado por MPMEs (micro, pequenas e médias empresas), que têm se beneficiado de políticas de incentivo do governo. No BNDES, as MPMEs são recordistas em desembolsos, com cerca de 39% do total.

LUCRO CAI

O lucro líquido do BNDES caiu 48% para R$ 2,7 bilhões no primeiro semestre ante o mesmo período de 2011.

Segundo o banco, o resultado foi afetado pela instabilidade dos mercados e pelo fraco desempenho das Bolsas, com destaque para a redução de venda de ativos do BNDESPar, braço de participações acionárias da instituição.


 



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