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Alemães querem fazer negócios

Veículo: Valor Econômico
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A experiência de cluster ambiental da Baviera, rede de integração entre a indústria ambiental, a academia e o governo do Estado alemão, poderá ser replicada no Brasil por meio de uma articulação entre entidades empresariais, a Universidade de São Paulo e empresas. É o que informa Marco Aurélio Silva, diretor da Huber Technology, uma das empresas que poderão se envolver no projeto. A experiência no Estado que reúne gigantes globais como Allianz, Siemens, Audi, BMW e Huber, foi apresentada no Humanidade 2012.

A Huber é uma das mais tradicionais provedoras globais de soluções para tratamento e reúso de águas municipais, efluentes industriais e resíduos, com mais de 30 mil equipamentos e sistemas instalados ao redor do mundo e faturamento anual de US$ 250 milhões. No Brasil, onde opera há três anos, já implantou 150 projetos especialmente no segmento têxtil em empresas como Coteminas, Canatiba e Cedro, em mais de uma planta com tecnologia MBR (Membrane Biologic Reactor).

O cluster ambiental alemão concentra competências nas áreas de recursos hídricos, resíduos e reciclagens, geração alternativa de energia, prevenção da poluição atmosférica e eficiência de recursos. "Estamos conversando sobre a possibilidade de desenvolver algumas soluções tecnológicas com a USP. A universalização do saneamento tem que partir do uso intensivo de tecnologia. A Alemanha conseguiu 100% de cobertura com tecnologia de ponta", diz Silva.

Outros projetos desenvolvidos pela empresa incluem o tratamento do lodo que é secado e serve como fonte de energia térmica e elétrica. Em um dos projetos no Brasil esse tipo de solução permitiu uma economia anual de R$ 6 milhões. Outro subproduto é a areia que é produzida junto com o esgoto. No Brasil, normalmente, ela vai para aterro sanitário. Na Alemanha, essa areia é lavada, tratada e reutilizada na construção civil.

"Vendemos o primeiro sistema no Brasil para a Águas de Niterói, há uma semana. Eles precisam de areia para fazer os reparos nas tubulações, e a quantidade produzida pelo esgoto é exatamente a mesma que a empresa precisa comprar", diz Silva.

Clovis Sarmento, diretor comercial da divisão "waters & process technologies" da GE, observa que, apesar da aparente abundância de água no Brasil, faltam mananciais para atender a demanda da população e das empresas, pois a água não está bem distribuída. Isso porque essa abundância está concentrada no Amazonas, que tem 4% da população do país e 70% da água. O Sudeste tem 50% da população e falta água. Isso tem exigido um esforço das empresas para otimizar os recursos que precisam para o desenvolvimento dos negócios.

"Em algumas áreas a escassez de água já começa a afetar o crescimento industrial. A demanda de água em São Paulo é 400% superior ao fluxo natural do recurso no Estado, que é um importador de água de outras bacias", observa Sarmento.

A unidade "waters & process technologies" integra o negócio global de energia da GE e tem apresentado crescimento acelerado nos últimos anos. A empresa tem três focos: iniciativas e tecnologias de potabilização da água por meio de tecnologias de ultrafiltração para o tratamento da água para consumo humano; o tratamento de efluentes com tecnologias de sistemas de membranas biorreatores, que são instalados em empresas de saneamento e indústrias que investem em reúso; e a terceira linha, cujo mercado ainda é incipiente no Brasil - o uso de técnicas de osmose reversa para dessalinizar a água do mar. (CN)




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