Notícias

A Dobrevê Energia S.A. (Desa) concluiu na semana passada, no Rio Grande Norte, a construção de Morro dos Ventos, seu primeiro parque eólico, cuja energia foi vendida no leilão de fontes renováveis realizado pelo governo em 2009.

A companhia foi constituída há três anos pela família Weege, dona da indústria têxtil Malwee Malhas, em sociedade com a Pragma Patrimônio, administradora de fundos de investimentos dos controladores da Natura, que possui uma participação de 21% na empresa.

O investimento no complexo eólico Morro do Ventos, localizado em João Câmara, um município de baixa renda do Estado, foi de R$ 600 milhões e terá capacidade 145,2 MW, energia suficiente para abastecer as residências de uma cidade como Natal.

Apesar de o parque já ter sido concluído, o fornecimento da energia produzida por suas 91 torres ainda depende da construção de linhas de transmissão. Essas linhas, a cargo da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), farão a interligação dos parques eólicos do Rio Grande do Norte à rede elétrica nacional, mas as obras estão atrasadas.

"Concluímos a montagem de Morro dos Ventos na última quinta-feira, um mês antes do previsto. Fizemos a nossa parte", afirmou Carlos Augusto Leite Brandão, presidente executivo da Desa. Segundo ele, a empresa começará a receber pela energia vendida nos contratos, apesar dos atrasos nas linhas de transmissão. Morro dos Ventos deve gerar uma receita à companhia de R$ 100 milhões por ano.

A Desa está construindo mais dois parques eólicos no Rio Grande do Norte, chamados de Eurus 1 e 3, que terão capacidade para gerar 60 MW, transformando-se em uma das cinco maiores empresas independentes de geração de energia renovável do país, diz ela. A energia desses parques foi vendida nos leilões de 2010 do governo.

Morro do Ventos marca a entrada da empresa em energia eólica. A Desa já possui três pequenas hidrelétricas (PCHs) em operação: Ludesa, em Santa Catarina, de 31,08 MW de potência instalada; Figueirópolis, no Mato Grosso, de 19,41 MW e Novo Horizonte, no Paraná, de 23 MW.

Os investimentos do grupo em geração de energia renovável são ambiciosos. Além de Morro do Ventos, estão previstos mais R$ 2 bilhões até 2014 em quatro parques eólicos, um deles no Rio Grande do Sul. Atualmente, a empresa também possui três PCHs em fase de licenciamento, que devem gerar 75 MW.