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Desvalorização do real já mexe com mercado externo da indústria

Veículo: Valor Econômico
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O efeito da desvalorização do real em relação ao dólar nas últimas semanas já foi capturado pela Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, divulgada nesta segunda-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em maio, a percepção sobre a demanda externa, que vinha em queda desde dezembro do ano passado, teve forte alta de 6,7% na comparação com abril, apesar da deterioração das condições da economia internacional no período.

"O empresário do setor industrial sente que ganhou competitividade e, consequentemente, mais mercado", afirmou o coordenador da Sondagem, Aloísio Campelo, o que pode explicar a melhora na ponta. Com a taxa de câmbio mais próxima a R$ 2,00, é possível cobrar um preço menor pela mercadoria em dólares do que quando o câmbio estava em torno de R$ 1,70.

Dos 14 setores pesquisados pela FGV, em 9 houve alta da percepção de demanda externa em relação ao mês de abril, entre eles metalurgia, mecânica, têxtil e vestuário e calçados. A demanda interna também avançou de 104,3 pontos em abril para 106,5 pontos em maio, mas mantendo o mesmo nível observado desde dezembro do ano passado.

Para Campelo, a demanda esperada está começando a mostrar alguma recuperação, mas a influência sobre as expectativas é limitada por causa das encomendas ainda fracas e da necessidade de ajuste de estoques em alguns setores.

Além disso, afirma, há ainda a questão do endividamento do consumidor e certa saturação do ciclo de consumo. No caso de material de transporte, por exemplo, o nível de demanda interna está cerca de 30 pontos distante da média para os últimos cinco anos. Ao longo dos próximos meses, afirma Campelo, a situação deve melhorar, à medida que o consumidor consiga aliviar seu orçamento e abra espaço para aquisição de novos bens.

(Tainara Machado | Valor)



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